A guerra soviético-japonesa de 1945 teve início em 8 de agosto de 1945 com a invasão da União Soviética ao Estado japonês de Manchukuo, exatamente três meses depois da rendição alemã em 8 de maio.
Os soviéticos eliminaram o controle nipônico sobre Manchukuo, Mengjiang (Mongólia interior), o norte da Coreia, o sul das ilhas Sakalinas e das ilhas Kurilas.
Na Conferência de Teerã, em novembro de 1943, Stalin decidiu que a União Soviética iria entrar na guerra contra o Japão uma vez que a Alemanha nazista fosse derrotada. Na Conferência de Yalta de fevereiro de 1945, Stalin acertou com os Aliados entrar no teatro de guerra do Pacífico dentro de 3 meses após o fim da guerra na Europa.
O início da invasão ocorreu entre os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki. Stalin sabia da existência desses artefatos. No entanto, em virtude dos acordos de Teerã e Yalta, ficou claro que a notícia dos ataques às duas cidades não alteraria o calendário da invasão.
Às 23h00 de 8 de agosto de 1945, o ministro do Exterior soviético, Viatchleslav Molotov, informou ao embaixador japonês Sato que a União Soviética havia declarado guerra ao Japão. Um minuto depois da meia-noite, o Exército Vermelho invadiu simultaneamente em 3 frentes.
No final da década de 1930 houve uma série de incidentes na fronteira soviético-japonesa, sendo a mais significativa a Batalha do Lago Khasan, de julho-agosto de 1938, que conduziu ao Pacto de Neutralidade Soviético-Japonês de abril de 1941. O pacto permitiu a Moscou concentrar-se na guerra contra a Alemanha e os japoneses se concentraram em sua expansão no sul da Ásia e no Oceano Pacífico.
Com a vitória em Stalingrado e a derrota da Alemanha cada vez mais perto, a atitude soviética em relação a Tóquio mudou, com Stalin pronunciando-se publicamente contra o Japão. Stalin queria evitar a todo custo uma guerra em duas frentes, mas ao mesmo tempo queria obter vantagens no Extremo Oriente. A única maneira de evitar a guerra em duas frentes e obter vantagens no Oriente asiático era que a Alemanha capitulasse antes do Japão.
Em meados de março de 1945, as coisas não iam bem para os japoneses no Pacífico. Tiveram de retirar suas tropas da Manchúria para apoiar as ações no Pacífico. Por seu lado, Moscou havia decidido não renovar o pacto de neutralidade. Isto causou em Tóquio considerável preocupação apesar dos soviéticos afirmarem que o tratado prosseguiria em vigor por outros 12 meses.
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Em 8 de maio de 1945, a Alemanha capitulava incondicionalmente, o que significava que os soviéticos teriam de entrar em guerra contra o Japão até 8 de agosto. A situação continuou piorando para os japoneses e era a única potência do Eixo que seguia em guerra. Estavam dispostos a manter e ampliar o Pacto de Neutralidade. Os soviéticos nada fizeram para desalentar as esperanças nipônicas a um tempo em que preparavam suas tropas de invasão.
No final de junho, pediram à União Soviética intermediar a paz com os Estados Unidos. Em troca, oferecia aos soviéticos concessões territoriais atraentes. Stalin manifestou interesse e os japoneses ficaram à espera. Todavia, em 24 de julho, a União Soviética evacuou todo o pessoal da embaixada no Japão. Em 26 de julho, a conferência emitiu a Declaração de Potsdam pela qual Churchill, Truman e Chiang Kai-shek – a União Soviética não estava em guerra com o Japão – exigiam a rendição incondicional de Tóquio. Os japoneses evitaram responder, no aguardo da manifestação de Moscou.
Os japoneses estiveram vigiando o tráfego da Ferrovia Transiberiana e a atividade soviética no leste da Manchúria, o que lhes sugeriu que os soviéticos não estariam prontos para invadir a Manchúria antes do final de agosto. Foram colhidos de surpresa quando os soviéticos declararam guerra uma hora antes da meia-noite de 8 de agosto, e avançaram minutos depois.
Manchúria foi “varrida” pelas tropas soviéticas de qualquer possível resistência militar. Como se acordou em Yalta, a União Soviética passou a ter direito aos territórios de Sakalin e às ilhas Kurilas e também sobre Port Arthur com suas conexões ferroviárias estratégicas. Os territórios no continente asiático foram transferidos posteriormente ao controle da República Popular da China em 1955. As outras possessões ainda são administradas atualmente pela Rússia.
Se bem que o norte da península da Coreia estivesse sob controle soviético, com o desembarque norte-americano em Incheon, antes que o Exército Vermelho pudesse assegurar toda a península, a Coreia na prática se dividiu. Esse fato foi o precursor da Guerra da Coreia, cinco anos depois.