Atualizado em 09/09/2016 às 8h
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Johan Jonatan “Jussi” Björling, tenor lírico sueco, um dos maiores cantores do século 20, morre em sua casa de campo de Siarö em 9 de setembro de 1960. A sua técnica quase insuperável fez com que Luciano Pavarotti dissesse um dia quando comparado a Björling: “Não me compare com Björling. Eu sou apenas humano”.
Björling nasceu em 5 de fevereiro de 1911 em Borlange. Seu pai, David, foi cantor e professor de canto, acostumado a treinar vozes de crianças. Já em 1915, os três filhos mais velhos, Olle, Jussi e Gosta, fizeram sua primeira apresentação pública numa igreja. Entre 1919 e 1921, fizeram turnês por toda a Suécia, chegando a apresentar-se nos Estados Unidos.
Jussi começou em 1928 seus estudos no Conservatório de Estocolmo e pôde fazer a estreia oficial na Opera Real com a ópera Don Giovanni de Mozart. Já em 1929 e 1930, fez gravações de árias operísticas.
Em 1931, passa a ser notado no exterior, tendo cantado no Tivoli de Copenhague. No palco da Opera de Estocolmo protagonizou entre 1931 e 1933 as óperas Guilherme Tell, O Barbeiro de Sevilha, Rigoletto, Elixir do Amor, Traviata, Romeu e Julieta e Tosca.
O prestígio de Björling cresceu firmemente ao interpretar na Opera de Estocolmo novos papeis em Ballo in Maschera, Fausto, La Boheme, Fanciulla del West, Cavalleria Rusticana, Ainda, Il Trovatore, I Pagliacci e Madama Butterfly.
Em 1936, fez sua primeira turnê pela Europa Central sendo muito bem recebido pela crítica e consagrado pelo público. Assina seu primeiro contrato internacional e grava Celeste Ainda.
Em 1937 cumpre uma longa turnê pela Alemanha, Áustria, Hungria e Tchecoslováquia de grande êxito. No mesmo ano, após um recital em Londres, viaja aos Estados Unidos apresentando-se na rádio, em recitais e estreia na ópera em Chicago.
No outono de 1938 retorna aos Estados Unidos e faz sua estreia no Metropolitan Opera em novembro com La Boheme. Regressaria a esse prestigioso palco sempre com o papel principal praticamente todos os anos, com exceção dos últimos anos da guerra.
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Canta em Estocolmo duas operetas: O Morcego e O Barão Cigano, gravando populares canções, como a favorita do público “Ich hab kein Geld” (Eu não tenho dinheiro).
Em 1939, expira seu contrato com a Opera Real de Estocolmo, mas com frequência, retornaria como artista convidado durante toda a carreira. Em agosto daquele ano canta pela primeira vez sob a regência de Arturo Toscanini, quando o Requiem de Verdi é executado em Lucerna.
No outono de 1940, faz sua estreia em San Francisco com La Boheme e abre a temporada do Metropolitan em Nova York pela primeira vez, interpretando o rei Gustavo III da Suécia no Ballo in Maschera de Verdi. Na primavera de 1941, registra seus primeiros discos nos Estados Unidos em que demonstrou seu talento na interpretação das ‘lieder’ de Schubert.
Ao retornar para a Suécia em 1941, decide lá permanecer em todos os restantes anos da Segunda Guerra Mundial, com uma única exceção ao interpretar Il Trovatore em Florença na primavera de 1943.
Em outubro de 1945, após a guerra, Björling voltou aos Estados Unidos para uma turnê de 8 meses. Nos anos subsequentes passou a maior parte do tempo nesse país em óperas e concertos.
Em agosto de 1946, cantou pela primeira vez com o elenco do Alla Scala em Milão, estreando com o Rigoletto. Com início em 1947, ao lado de sua esposa Anna-Lisa, cantora de ópera, com quem se casara em 1935, apresentam-se em concertos e por vezes em óperas.
Em 1950, começou uma série de discos em Nova York, dos quais o dueto dos Pescadores de Pérola de Georges Bizet com Robert Merrill é um dos mais famosos. O primeiro de seus muitos recitais no Royal Albert Hall de Londres teve lugar em 1951.
Em 1953, Björling uma vez mais abriu a temporada no Metropolitan, então com Fausto de Gounod. Seguiu-se um período de afastamento devido a uma laringite. A gravação completa de seu repertório teve lugar na primavera de 1956 em Nova York e é considerada uma das de mais alto nível de todos os tempos.
Nos últimos anos de sua vida passou a sofrer do coração, todavia manteve ainda assim uma agenda intensa. Em março de 1960, cantou pela última vez no Opera Real de Estocolmo interpretando o poeta Rodolfo em La Bohème e também o Duque de Mantua em Rigoletto. Porém, a derradeira apresentação no palco de ópera ocorreu em 1º de abril em San Francisco, no Cosmopolitan Opera, com Fausto, e o derradeiro recital em 20 de agosto no Teatro Skansen, Estocolmo, 20 dias antes do falecimento.
Também nesta data:
1855 – Chega ao fim cerco à cidade de Sebastopol
1901 – Morre o pintor francês Henri de Toulouse-Lautrec
1948 – É criada a República Democrática Popular da Coreia
1956 – Laboratório atômico de Los Álamos, Novo México, revela que há um ano trabalha em foguetes de propulsão nuclear
1956 – Elvis Presley se apresentava pela primeira vez na TV
1976 – Morre o líder chinês Mao Tsé-tung
1981 – Morre Lacan, psiquiatra, filósofo e psicanalista francês
1988 – Atingido por um raio, um Tupolev-134 da Air Vietnam cai perto do aeroporto internacional de Bangcoc