Atualizada em 02/10/2018 às 10h07
Em 2 de outubro de 1985, o astro de Hollywood Rock Hudson, 59 anos, tornou-se a primeira grande celebridade cinematográfica a morrer de complicações decorrentes da Aids. A morte de Hudson despertou no público preocupação e consciência quanto aos efeitos da epidemia, que até então era ignorada por muitos, atribuindo-a apenas a parcela da população. Pejorativamente, era classificada como “a praga gay”.
Nascido Leroy Harold Scherer Jr., Hudson nasceu em 17 de novembro de 1925 e era um dos principais galãs de Hollywood, cuja carreira no cinema e na televisão estendeu-se por perto de três décadas.
Com sua bela aparência física e porte de atleta, Hudson estrelou dramas e comédias românticas nos anos 1950 e 1960, como “Sublime Obsessão”, “Assim Caminha a Humanidade” e “Confidências à Meia-Noite”. Na década de 1970, conquistou grande sucesso com a série “McMillan and Wife”.
A fim de proteger a imagem de homem másculo, sua vida privada como gay foi mantida em estrito segredo do público.
No entanto, em 1984, enquanto estava trabalhando no programa de televisão, “Dynasty”, Hudson foi diagnosticado como portador do vírus HIV.
No ano seguinte, reconheceu publicamente a doença enquanto se tratava em um hospital em Paris. A notícia de que Hudson, um ícone internacional, era portador da doença, despertou atenção mundial para a enfermidade e ajudou a mudar a percepção das pessoas quanto aos perigos e aos cuidados preliminares necessários
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Os primeiros casos de Aids foram relatados em 1981 e as primeiras vítimas foram homens homossexuais que, com frequência, se viram diante da hostilidade e discriminação do público em geral. Quando cientistas e funcionários públicos da saúde pediram recursos para enfrentar a doença, eles foram amplamente ignorados pela administração do presidente norte-americano Ronald Reagan.
Amigo pessoal de Reagan, Hudson e a sua consequente morte modificaram a visão da Casa Branca quanto à enfermidade. Porém, Reagan foi criticado por não ter se manifestado ao grande público em relação à Aids até 1987. À época, mais de 20 mil norte-americanos já tinham morrido em decorrência da doença e ela se espalhava por mais de 100 países.
Em 2006, a contabilidade alertava que até então o vírus HIV já havia matado 25 milhões de pessoas em todo o planeta e infectado outras 40 milhões.
De lá para cá, campanhas institucionais orientando as pessoas com relação aos contatos sexuais e o desenvolvimento de medicamentos de combate à enfermidade vem sistematicamente reduzindo o número de vítimas. No entanto, bolsões de infectados, especialmente na África subsaariana, ainda existem, afetando boa parte da população.