Glenn Gould, genial pianista, compositor, escritor, radialista e diretor canadense, morreu em Toronto, em 4 de outubro de 1982. O múltiplo artista tornou-se célebre, além de sua certa excentricidade, por suas interpretações pianísticas do repertório barroco, em especial por duas gravações das Variações Goldberg, de Bach.
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As composições autorais de Goud no piano permanecem pouco conhecidas
Em 27 de setembro de 1982, após ter reclamado de fortes dores de cabeça, Gould foi vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que paralisou o lado esquerdo do corpo.
Hospitalizado, seu estado se deteriora rapidamente. Finalmente em 4 de outubro, quando testes clínicos atestaram que estava clinicamente morto, seu pai, Russel Gould, pede que se suprima toda assistência para mantê-lo artificialmente vivo. Atualmente, ele repousa no Cemitério Mount Pleasant de Toronto. As primeiras partituras das Variações Goldberg estão gravadas sobre a lápide tumular.
Gould abandonara abruptamente a carreira de concertista em 1964 e não mais se apresentou ao público, dedicando-se às gravações em estúdio e a produções radiofônicas para a Rádio-Canadá. Ele aprendeu a tocar piano com a mãe, antes de ingressar ao Conservatório Real de Música de Toronto, onde estudou piano com Alberto Guerrero, órgão com Frederick Silvester e teoria musical com Leo Smith.
A partir dos anos 1950, Gould passou a dar inúmeros concertos, essencialmente no continente norte-americano, com os mais célebres regentes e intérpretes – Herbert von Karajan, Leonard Bernstein, Yehudi Menuhin, entre outros.
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Gould adquiriu reputação internacional graças às interpretações bastante originais, particularmente das obras de Bach. Seu modo de execução, praticamente desprovido de legato, quase sem utilizar os pedais, constituíam uma marca personalíssima.
Chegou a extremos de excelência na interpretação das Variações Goldberg, valorizando a dinâmica, a vivacidade e a profundidade de articulação entre os temas. Seu toque, tão diferente, era imediatamente reconhecível por todos – à parte seu cantarolar célebre – e igualmente bastante criticado por muitos. A tudo isso se somava uma personalidade e excentricidade pouco habituais.
As composições autorais de Goud, contudo, permanecem pouco conhecidas. É possível destacar obras como “So You Want to Write a Fugue?” em que o músico explica com humor como escrever uma fuga.
Entre 1972 e1982, Gould produziu sete documentários entre os quais “Os Caminhos da Música” em 1974, que seria reintitulado depois como “Glenn Gould, o alquimista”.
A obra de Gould em matéria de documentários radiofônicos é menos conhecida que sua discografia. Esse trabalho foi em parte resultado de sua longa colaboração com a Canadian Broadcasting Corporation, tendo produzido numerosos programas de rádio e televisão em que empregou técnica inovadora combinando acompanhamento musical, sons captados e voz de pessoas entrevistadas.
Também nesta data:
1910 – Iniciada revolução que pôs fim à monarquia em Portugal
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