O consagrado compositor e cantor, além de poeta e diretor de cinema belga, Jacques Brel, morre em 9 de outubro de 1978 em Bobigny, na França.
Brel nasceu em 8 de abril de 1929 no seio de uma família católica flamenga de industriais em Schaerbeek, Bélgica. Pouco interessado em outras matérias, salvo o francês, escreveu aos 15 anos longos poemas e contos depois de ter lido Júlio Verne e Jack London. Aos 16 anos, criou um grupo de teatro com amigos, escrevendo ele mesmo os textos, atuando como amador no movimento da juventude católica, Franche Cordée. Entre 1947 e 1953, meio a contragosto, trabalhou na indústria de cartonagem de seu pai.
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“Em miúdo lia pouco. Sempre preferi a rua ao apartamento. Jogar à bola, andar de bicicleta”, Brel
Amante da música clássica, em especial de Ravel e Schubert, compôs as primeiras melodias no piano de casa e no violão, sem jamais ter praticado música anteriormente.
A partir de 1952, compôs as primeiras canções que exibiu nos cabarés de Bruxelas, agrupados no bairro “Ilot sacré”. Em 1953 envia uma fita gravada a Jacques Canetti, dono do cabaré “Les Trois Baudets”. No mesmo ano, chamado por Canetti, deixa a capital belga e parte para Paris, morando num pequeno quarto de hotel em Pigalle, ganhando a vida ao se apresentar em pequenos espetáculos.
Em janeiro de 1955, retorna Bruxelas e faz sua estreia no “Ancienne Belgique”, célebre sala de concertos da capital, Já com certo sucesso, leva no mesmo ano a família para a França e se instala em Montreuil. Grava seu primeiro 33 rotações e se encontra com Georges Pasquier, que se tornaria seu maestro e melhor amigo.
Em 1956, conhece o pianista François Rauber, que se torna seu acompanhante. Nesse ano, surge seu primeiro grande êxito popular Quand On N'a Que L'amour. Em 1957, Rauber renuncia às turnês e é substituído por Gerard Jouannest, quem comporá para Brel as músicas de 35 de suas canções. Jouannest foi seu acompanhante exclusive no palco, enquanto Rauber, que voltou a Brel, seu principal orquestrador.
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“O sanduíche que comi na carruagem de 3ª classe que me levou a Paris tinha um sabor único: estava perfumada pela aventura, esperança, felicidade”, Brel
Pouco a pouco, Brel encontra seu estilo e seu público e conhece, enfim, a fama, sem ceder à moda da época. No ano seguinte cria suas canções mais conhecidas: Ne me quitte pas e La valse à mille temps.
Em 1960, compra uma casa situada entre Monaco et Cap Martin onde morou até 1970. Em março de 1962, deixa o selo Phillips e assina com a Barclay, com cujo selo assinaria em 1972 um contrato de 30 anos. Em outubro de 1962 cria sua casa de edições musicais “Arlequin”. Em 1963 interpreta Les Vieux em homenagem a seus pais. Com a morte deles, Brel evolui para canções cada vez mais dramáticas como La Fannete, Au suivant e Amsterdam.
Em 1966, no auge de sua arte, Brel lança o álbum Ces gens là que continha clássicos reconhecidos de sua obra: Ces gens làJefLe tango fúnebre, Fernand, Mathilde…
Nesse mesmo ano, aos 37 anos, decide abandonar a cena, dá seu adeus no Olympia em outubro e se lança ao cinema. Atua em seu primeira longa metragem Les Risques du Metier do diretor Andre Cayatte, filme que obtém sucesso.
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Volta às gravações e dois álbuns são lançados: Jacques Brel 67, em que aparecem La Chanson des vieux amants, Mon enfance e Le cheval. Em 1968 lança o álbum J’arrive com as canções Vesoul L’eclusierJe suis un soir d’été…
Em outubro de 1968, no teatro La Monnaie de Bruxelas, cria a versão francófona de O Homem de La Mancha, interpretando o papel de Dom Quixote ao lado de Dario Moreno no de Sancho Pança. Quando o espetáculo é levado a Paris, Moreno morre em 1º de dezembro de hemorragia cerebral no aeroporto de Istambul. É substituído por Robert Manuel.
No começo do verão de 1969, Brel interpreta Mon Oncle Benjamin, filme de Edouard Molinaro e compõe a trilha sonora com François Rauber. Roda ainda outros filmes e produz ele próprio dois deles: Franz e Le Far West.
Em 1977, apesar de portador de câncer de pulmão devido ao vício do tabaco, registra seu LP, Les Marquises, com um milhão de encomendas prévias. No dia do lançamento, cerca de 300 mil cópias são vendidas. Em julho de 1978, seu câncer de pulmão se agrava, levando-o à morte três meses depois.
Também nesta data:
1975 – Físico soviético Andrei Sakharov recebe Nobel da Paz por luta contra armas nucleares
1967 – Che Guevara é executado na Bolívia
1944 – Churchill e Stálin começam a discutir futuro da Europa no pós-guerra
1934 – Rei da Iugoslávia é morto na França e eleva tensão na Europa
1705 – Barcelona é invadida na Guerra da Sucessão Espanhola