Atualizada em 02/07/2015
Nikita Khruschov assume o controle na União Soviética em 3 de julho de 1957 ao orquestrar a expulsão de seus mais sérios oponentes de posições de autoridade no governo soviético. A virada de Khruschov agradou bastante os dirigentes ocidentais que o viam como uma figura mais moderada na estrutura governamental e no partido comunista da União Soviética.
Khruschov vinha disputando a liderança absoluta e o controle na União Soviética desde a morte de Iôssif Stalin em março de 1953. Em seguida ao falecimento de Stalin, o país foi governado por um presidium constituído por 10 membros. Khruschov era apenas mais um membro desse presidium. Contudo, durante os quatro anos seguintes, ele moveu suas peças continuamente e com passos seguros a fim de emplacar o poder absoluto. Em junho de 1957, Khruschov sobreviveu a uma tentativa de seus rivais políticos de afastá-lo do governo.
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Nikita com Stalin, em imagem datada de 1936
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Em julho, surgiu a oportunidade de revanche. Desde 1953, trabalhou incansavelmente para conquistar aliados na hierarquia militar e alcançar o controle de todos os instrumentos importantes do aparato do partido comunista. Finalmente, em 3 de julho, seus esforços foram compensados e, ao utilizar suas cruciais alianças e conexões políticas, conseguiu remover os três principais desafiantes de sua autoridade: Viatcheslav Molotov, Gueórgui Malenkov e Lazar Kaganovitch. Eles que foram excluídos do presidium e relegados a posições governamentais de menor expressão. Khruschov passou então a reinar absoluto e governou o país até a sua própria expulsão em 1964.
Entre as grandes potências ocidentais, as notícias da ‘limpeza doméstica’ foram saudadas com otimismo. Malenkov, Molotov e Kaganovitch, em especial, eram vistos como comunistas “linha dura”, segundo o modelo stalinista. Khruschov, por outro lado, era visto como um ‘moderado’ que poderia ser mais receptivo a relações mais amenas com os Estados Unidos e a Europa Ocidental.
Com efeito, naquele período, a União Soviética passou a conquistar simpatias e a ganhar a confiança particularmente dos países não alinhados. Todavia, nos anos subseqüentes as lideranças ocidentais manifestariam seu desapontamento com o novo líder soviético que parecia hesitar entre palavras cálidas a respeito da “coexistência pacífica” entre as duas superpotências da Guerra Fria e o desejo de “enterrar o sistema capitalista”.
O poder de Khruschov começou a minar seriamente no final de 1962. Muitos funcionários soviéticos caracterizaram seu comportamento como “medroso” durante a Crise dos Mísseis em Cuba em outubro de 1962. Em 1964 foi apeado do poder, tendo sido substituído por Leonid Brejnev.