Em uma tentativa para melhorar as relações estremecidas entre a União Soviética e Cuba, o líder soviético Mikhail Gorbachev chega a Havana em 2 de abril de 1989 para se encontrar com Fidel Castro. As suspeitas de Fidel com relação às medidas de reforma política e econômica de Gorbachev, conhecidas como “glasnost” e “perestroika”, associada à debilidade da economia soviética, retiraram do encontro a possibilidade de se encontrar qualquer saída frutífera.
As relações entre os dois países eram extremamente próximas desde o começo dos anos 1960, quando Fidel proclamou a natureza socialista do regime cubano. Nos anos que se seguiram, a União Soviética proporcionou a Cuba uma ampla assistência econômica e militar para compensar o bloqueio e as ameaças que provinham dos Estados Unidos. Desde a ascensão de Gorbachev ao poder na União Soviética em 1985, no entanto, as relações com Cuba haviam se deteriorado substancialmente.
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Fidel se mostrava extremamente desconfiado e abertamente crítico aos esforços de Gorbachev de levar a cabo medidas de livre mercado e abertura democrática na União Soviética. “Num discurso em dezembro de 1988, o líder cubano alertou que sua nação em breve estaria às voltas com dificuldades vindas do campo inimigo e dificuldades do campo de nossos próprios amigos”.
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Enquanto preteria Cuba, o último líder soviético manteve relações até mais cordiais com presidentes dos EUA – como Ronald Reagan, à direita.
Para piorar o quadro, a enfraquecida economia soviética não mais poderia proporcionar os níveis de assistência a Cuba que prestara no passado. A visita de Gorbachev foi uma tentativa de sobrepassar as barreiras políticas entre as duas nações socialistas.
Castro recebeu Gorbachev com pompa e circunstância e com grandes demonstrações públicas de afeto. A reunião entre os dois rapidamente esfriou quando ficou evidente que a esperança de Gorbachev de convencer Fidel de empreender ele também reformas econômicas e políticas era em vão e que tinha feito a viagem para explicar pessoalmente que a ajuda soviética iria diminuir ainda mais nos anos vindouros.
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Quando Gorbachev partiu, as cerimônias de despedida foram corretas e cordiais, mas nada mais do que isso. Gorbachev teve pouco tempo para sopesar as relações cubano-soviéticas. Pouco tardou para que a União Soviética ruísse em meio à turbulência política e instabilidade econômica. Gorbachev renunciou em dezembro de 1991. Fidel Castro continuou à testa de seu país até julho de 2006, quando, por razões de saúde, entregou o cargo a seu irmão Raul.
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