O teórico da música, Guido d'Arezzo (992 – 1050), monge italiano e regente do coro da Catedral de Arezzo, Toscana, faleceu em 17 de maio de 1050, tendo legado ao Ocidente uma notação musical mais avançada. Deve-se a ele, em especial, o nome das notas – ut, ré, mi, fá, sol, lá, si – baseadas num hino a São João em latim, assim como a partitura musical – o pentagrama – em vigor até os nossos dias. A par disso, ele foi o verdadeiro iniciador do solfejo, exercício para se aprender a ler notas, geralmente marcando o compasso com a mão.
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Placa em frente à antiga residência de Guido d'Arezzo na cidade de Arezzo
O emprego como músico de igreja não impedia a composição profana. Entretanto, sem a nomeação para a capela de uma corte ou fundação eclesiástica, nenhum músico plebeu podia aspirar ao sucesso.
Guido era mestre de coro da Catedral de Arezzo, encarregado do coro da escola por volta de 1030. Conhecendo certamente os progressos musicais, e sendo ele próprio um músico inventivo, concebeu um sistema para aprender música de ouvido. Descobriu uma melodia profana, hino que os meninos cantores entoavam a São João, para que os protegesse da rouquidão, cada linha da qual começava com uma nota mais aguda que a anterior. Associou à melodia a um texto sagrado em Latim, cuja primeira sílaba de cada linha podia dar o nome de cada nota da escala musical.
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Ioannes
Que pode se traduzir por:
“Para que teus servos,
possam ressoar claramente
a maravilha dos teus feitos,
limpe nossos lábios impuros, ó São João.”
Em seguida, idealizou um processo mnemônico, ou seja, técnica para desenvolver a memória e memorizar coisas, utilizando um esboço da mão humana. Cada articulação da mão de Guido foi associada a um intervalo da escala, de tal modo que os meninos do coro de Arezzo sabiam exatamente qual nota deveriam cantar. Guido afirmava que assim se poderia aprender música em apenas alguns dias, em vez de levar várias semanas. Solfège ou solfeggio (solfejo), como o sistema ficou conhecido, foi rapidamente adotado pelos estudantes de canto para a memorização de exercícios vocais.
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Durante o século XIX, o sistema de Guido foi adaptado para transformar-se no sol-fá tônico dos nossos dias, e usado para ensinar não-músico a cantar música coral. O sistema de Guido d'Arezzo sofreu algumas pequenas transformações no decorrer do tempo: a nota Ut passou a ser chamada de dó, para facilitar o canto com a terminação da sílaba em vogal, derivando-se provavelmente de Dominus – Senhor, em latim – e a nota si, por provir das inicias em latim de São João: Sancte Ioannes), novamente facilitando o canto com a terminação de uma vogal.
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