Jules Massenet morre em
Paris em 13 de agosto de 1912, aos 70 anos, vítima de câncer. Filho
mais moço e predileto de uma família de 12 filhos, Massenet recebeu
desde cedo lições de piano. Ingressou em 1853 no Conservatório,
interrompendo os estudos quando a família se mudou de Paris para
Chambéry. Para ajudar a família, acompanhou cantores ao piano e
participou da orquestra do Gymnase, depois ao tímbalo no Café
Charles e no Théâtre-Lyrique. Obtém em 1863 um primeiro prêmio de
fuga e, ao mesmo tempo, o primeiro grande prêmio de Roma por sua
cantata David Rizzio.
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Massenet passou dois
anos na Villa Médicis e ali compôs uma Grande Abertura de concerto,
um Requiem e fragmentos líricos, que viriam a constituir o Oratório
Maria-Madalena. Em Roma conheceu a srta. Sainte-Marie, com quem se
casou no seu retorno à França. Aproveitou sua pensão de laureado
para visitar a Itália, que lhe deu inspiração para compor Cenas
Napolitanas (1864).
Projetos de ópera
vieram à luz nessa ocasião: Manfred em 1869 e Medusa em 1870. A
situação material de Massenet era precária. Com o fim da pensão
em 1868, se viu obrigado a dar aulas e retomar seu posto de
timbalista no Teatro de la Porte Saint-Martin. Com a atividade
reduzida pelo cerco de Paris e depois pela época atribulada da
Comuna de Paris, só retomou o ritmo na primavera de 1871. Algumas
semanas foram suficientes para compor uma ópera cômica em 4 atos,
Don César de Bazan, representada sem maior sucesso em 1872. Deste
período datam igualmente a Abertura para Fedra e a música de cena
para Érinnyes, cujo valor foi imediatamente reconhecido.. Porém,
foi a execução no Teatro Odeon do Oratório Maria Madalena que
trouxe notoriedade ao compositor.
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O músico concentra então seus
esforços numa grande ópera em 5 atos, o Rei de Lahore, que lhe
tomou de 1872 a 1877, e cuja apresentação triunfal no Palais
Garnier em 1877 lhe valeu ser nomeado professor de composição no
Conservatório. Admirado por Tchaikovski pela clareza de sua
composição, esta ópera está na origem de sua fama tanto na França
como no exterior. Compõe então, sob o título de Cenas Alsacianas,
a última suite orquestral, a mais conhecida, para se dedicar
integralmente à ópera.
Massenet teve ideia de
pedir uma Manon ao libretista Meilhac. Para evitar qualquer
modificação, usual, gravou de memória a partitura. O autor estava
consciente de ter construido uma obra exemplar, de uma rara coerência
entre a diversidade dos procedimentos utilizados. É o libreto sobre
Werther de Goethe que lhe oferece um quadro mais intimista no qual
ele desenvolve o melhor de sua inspiração e um belo cromatismo. A
ária Pourquoi me reveiller entra imediatamente no repertório dos
grandes tenores.
Ouça a ária Pourquoi me reveiller, da ópera Werther, com José Carreras:
Ao compor o Retrato de
Manon (1892-93), Massenet retorna às meias-tintas da ópera cômica.
Ao mesmo tempo, estava ocupado com um projeto mais ambicioso: Thais,
segundo Anatole France. Thais estreou no Opera de Paris em 1894. Obra
de caráter intimista, que alia o sagrado e a sensualidade, o grave e
o cômico, de um modo surpreendente mas perfeitamente original. A
melodia Meditation passa a merecer a atenção dos grandes
violinistas.
Ouça:
O sucesso de seus
trabalhos lhe permite viver mais folgadamente. O primeiro fruto dessa
disponibilidade foi Safo, obra à qual dedicou todo o verão de 1896,
montada na Opera-Cômica em novembro de 1897. Com Querubim (1903),
Massenet aborda a comédia pura num registro que lembra As Bodas de
Fígaro de Mozart e prefigura O Cavaleiro da Rosa de Richard Strauss.
Dom Quixote (1909), criado para o legendário baixo russo Fedor
Chaliapin, conta entre as 4 ou 5 óperas de Massenet mais encenadas.
Seguro de sua
capacidade de descobrir uma solução músico-dramática, não
importando qual fosse a situação, Massenet não esteve muito
preocupado com a qualidade intrínseca, de modo que soube
encontrar uma linguagem lírica original embora simples, que pudesse
emocionar e garantir uma ampla compreensão e uma execução o mais
fiel possível da obra.
Outros fatos marcantes da data:
13/08/1876 – Inauguração do Festspielhaus (Teatro do Festival) em Bayreuth por Richard Wagner
13/08/1953 – Golpe no Irã depõe Mossadegh
13/08/1961 – Berlim é dividida em duas zonas
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