Honoré de Balzac, notável escritor francês, morreu em Paris, em sua casa da rua Fortunée, em 18 de agosto de 1850. O autor de A Comédia Humana faleceu antes de ter podido concluir sua imensa obra, pois estava esgotado pelo intenso trabalho de escritor e pelas múltiplas viagens que pontuaram os sete últimos anos de sua vida. Recusado pela Academia Francesa, Balzac foi, no entanto, reconhecido tanto pelos grandes autores de seu tempo quanto pelo público.
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Honoré de Balzac em 1842
Ao mesmo tempo dramaturgo de textos recusados pelos teatros e editor crivado de dívidas, Balzac se refugiou em Touraine para escapar dos credores. Ele também foi jornalista, fustigando o liberalismo em nome de suas convicções legitimistas – que defendiam a aplicação das regras tradicionais, ditas legítimas, na sucessão hereditária de casas reais -, quando transferiu sua ambição e energia aos projetos que lhe seduziam.
Capaz de escrever dezenas de artigos de imprensa em escasso tempo, autor de milhares de cartas e de mais de 100 obras literárias, Balzac trabalhava até 18 horas por dia. Sua inspiração genial tomou corpo com A Comédia Humana, obra titânica em perpétuo movimento, com diversas cenas de um imenso afresco social que revolucionou a literatura.
Balzac nasceu em Tours em 20 de maio de 1799. Sua família é fruto das mudanças da época que vê emergir a pequena burguesia, à imagem de seu pai. Quando a Restauração atinge a França, a família Balzac se instala em Paris. Em 1816, Honoré ingressa na Faculdade de Direito para em seguida servir de estagiário num notário.
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A partir de 1820, escreve os primeiros trabalhos, sob pseudônimo. A partir de 1825, aventura-se pela edição antes de tentar a impressão. Os resultados são desastrosos e lhe deixam dívidas pelo resto da vida. Em 1828, decide limitar suas ambições à literatura ou pelo menos aos textos, pois são seus artigos de jornal que lhe garantem a subsistência.
Produção
O Último Insurreto é o primeiro romance com o nome de Balzac, passo inicial em direção à Comédia Humana, seguido de A Mulher Virtuosa, Perigos da Má Conduta, Alma em Pena e o célebre A Mulher de Trinta Anos de que decorre a expressão “balzaquiana”.
Os anos 1830 vêem amadurecer seu projeto literário. Desenvolve os princípios de ‘cenas’ depois aqueles dos ‘estudos’. Paralelamente enquanto escreve O Pai Goriot descobre a força dos personagens que reaparecem. Trata-se de fazer passar um personagem de um romance a outro, em época e contexto distintos.
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Primeira página dos esboços de Béatrix
A partir de 1834, estrutura seu projeto literário em três formas fundamentais: as ‘cenas’, divididas em ‘cenas da vida privada’; ‘cenas da vida na província’; ‘cenas da vida parisiense’. Reforçadas mais tarde pelas ‘cenas da vida no campo’ e ‘cenas da vida militar’, constituem o alicerce da obra. A segunda forma é a dos ‘estudos filosóficos’ que partem dos efeitos para remontar as causas. Por fim, os ‘estudos analíticos’ que recuam aos princípios.
Em 1840, Balzac encontra o nome para sua obra: A Comédia Humana, certamente em referência à Divina Comédia de Dante Alighieri. No ano seguinte, embora inacabado, publica o livro, depois de negociar com o editor uma comissão por exemplar vendido.
O realismo é a característica central de sua obra, e tanto os entes sociais quanto o meio ambiente conferem dimensão histórica à matéria romanesca. Balzac é ao mesmo tempo um historiador de costumes. A minúcia documentária coloca-o como precursor do realismo moderno.
Tendo conhecido o sucesso em vida sem jamais ter recebido o reconhecimento oficial, Balzac, a quem a Academia nem mesmo entreabriu a porta, deixou uma imensa herança literária.
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