A Rússia capitula após a tomada pelo general Mac Mahon da torre Malakoff, em Sebastopol, em 8 de setembro de 1855. A Guerra da Crimeia opôs a partir de 1853 o Império Otomano, aliado da França, da Grã Bretanha e do Piemonte-Sardenha, à Rússia, que queria anexar Constantinopla e os estreitos de Bósforo e Dardanelos. A guerra foi travada na península da Crimeia, no mar Negro, no sul da Rússia e nos Balcãs.
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Cerco de Sebastopol, retratado por Franz Roubaud (1904)
A frustrada invasão russa por Napoleão em 1812 encorajou os Romanovs a adquirir importância na cena internacional. A Rússia de Catarina, a Grande (1729-1796) havia sido pró-britânica. Seu sucessor, Paulo I (1796-1801) tendia para Bonaparte. Seu filho, Alexandre I (1801-1825) realinhou a Rússia com os britânicos até o fim das Guerras Napoleônicas.
Após a morte de Alexandre I em 1825, tudo mudou. Foi sucedido por seu irmão, Nicolau I (1825-1855), um tirano obcecado pela expansão territorial. Isto levou a dois novos pontos de atrito na fronteira sul da Rússia: a tentativa de tomar a Crimeia do Império Turco e desestabilizar os britânicos na Índia. Esta última ficou conhecida entre os britânicos como o “Grande Jogo” e, entre os russos, como “Torneio das Sombras”.
A Guerra da Crimeia se estendeu de 1854 a 1856. Começou com uma discussão entre monges ortodoxos russos e católicos franceses sobre quem teria precedência sobre os locais sagrados em Jerusalém e Nazaré. Em 1853, os ânimos se acirraram, resultando em violência e casos de morte em Belém. O Czar Nicolau I alega estar defendendo os cristãos que habitavam os domínios do sultão turco e seus templos na Terra Santa e envia tropas para ocupar a Moldávia e Valáquia.
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Em resposta, os turcos declaram guerra à Rússia. Com a guerra declarada, a frota russa destruiu a flotilha turca em Sinope, no Mar Negro. A fim de evitar a expansão russa, os britânicos e franceses abandonaram uma rivalidade secular e decidiram se declarar a favor dos turcos em 28 de Março de 1854.
A Rainha Victoria, fazendo o “Grande Jogo”, e Napoleão III, sobrinho de Napoleão I, ansioso por repetir o sucesso militar do tio, enviam forças expedicionárias para os Bálcãs.
Cerco de Sebastopol
Em setembro de 1854 os russos já haviam sido expulsos da Moldávia e da Valáquia. Lord Palmerstone, primeiro ministro britânico, decidiu que a base naval russa em Sebastopol constituía uma ameaça à segurança da região. Apesar da vitória, os britânicos e aliados foram pouco competentes. A Guerra da Criméia tornou-se sinônimo de comando fraco e de fiasco em logística.
Em 20 de setembro, os aliados enfrentaram os russos em Alma. Os franceses contornaram o flanco esquerdo do inimigo e, em seguida, os britânicos fariam o assalto frontal. Devido à primeira de uma série de trapalhadas, os britânicos foram obrigados a atacar antes dos franceses terem alcançado seu objetivo. Lord Raglan avançou tanto que passou a dirigir a batalha atrás das linhas russas. Após cerca de 3 horas, os russos estavam completamente batidos, fugindo em debandada.
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Mapa da península balcânica mostra as fronteiras do
império turco otomano depois do tratado de Paris de 1856
As forças aliadas decidiram cercar Sebastopol. Os britânicos tomaram Balaclava sem derramamento de sangue e aí estabeleceram sua base de suprimentos. Os franceses tomaram o porto de Kamiesch que estava sem defesa. Em 17 de outubro, os aliados começaram a bombardear Sebastopol. Ao invés de se intimidar, o general Menschikoff ataca a milícia turca. Outra força russa ataca os britânicos que tratam de repelir os cossacos.
Lord Raglan passou a enviar ordens para a Brigada de Cavalaria Ligeira e para a sua infantaria, na tentativa de evitar que os russos se apoderassem das armas. Finalmente uma das suas ordens foi obedecida e o ataque da Cavalaria Ligeira começou – na direção completamente errada.
Dez dias depois, os russos atacaram novamente. A Batalha de Inkermann foi uma verdadeira carnificina: o número de russos mortos foi maior que o número de soldados aliados atacados. Durante o inverno de 1854/1855, a falta de suprimentos acabou matando quatro vezes mais homens do que a ação do inimigo. Um regimento de mais de mil integrantes, estava em janeiro de 1855, reduzido a sete homens. Com a chegada da primavera começaram a vir agasalhos e roupas de inverno da Inglaterra.
Finalmente, em 8 de Setembro de 1855, os aliados tentam tomar Sebastopol. Os russos são obrigados a recuar, depois de forte resistência. Após a queda de Sebastopol, a Guerra da Crimeia chegou ao fim. As hostilidades persistiram até fevereiro de 1856 e a paz só foi declarada no final de março do mesmo ano.
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