Graças ao seu cão, que se meteu por uma estreita passagem de uma caverna, quatro jovens da região descobrem em 12 de setembro de 1940 a gruta de Lascaux, perto de Montignac. Estupefatos ao encontrar pinturas sobre a parede rochosa, avisam seu professor Léon Laval.
Alguns dias mais tarde, o historiador e arqueólogo, Henri Breuil, especialista em pré-história, após um estudo aprofundado, certificou cientificamente que se trava de pinturas rupestres.
As pinturas, datadas provavelmente de 15 a 17 mil anos, consistiam principalmente em representações de animais e atualmente são consideradas os mais exemplares de arte da Era do Alto Paleolítico. No dia 27 de dezembro do mesmo ano, o sítio, que também ficou conhecido como “A Capela Sistina do Perigord” (Perigord, departamento da Dordonha, França), é declarado monumento histórico.
Os primeiros estudos de Breuil levaram à conclusão que a gruta de Lascaux consistia em uma caverna principal de 20 metros de largura e 5 metros de altura. As paredes da caverna eram decoradas com cercade 600 animais e símbolos pintados e desenhados e perto de 1500 entalhes.
Wikimedia Commons/Prof saxx
As pinturas, datadas provavelmente de 15 a 17 mil anos, consistiam principalmente em representações de animais
As ilustrações retratam com excelentes detalhes numerosas espécies de animais como cavalos, cervos, bovinos, felinos que aparentavam ser criaturas míticas. Entre os desenhos há apenas uma figura humana desenhada na gruta: um homem com cabeça de pássaro e o falo erecto. Arqueólogos acreditam que a gruta foi usada durante um longo período de tempo como centro de caça e de rituais religiosos.
A gruta de Lascaux foi aberta ao público em 1948, porém foi fechada em 1963 devido ao efeito que luzes artificiais haviam provocado nas ilustrações, comprometendo as cores vivas das pinturas e contribuindo para a a aparição de algas sobre algumas delas. Uma réplica da caverna de Lascaux foi aberta nas proximidades em 1983 e recebe dezenasde milhares de visitantes todos os anos.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.