Uma rede acusada de extorquir imigrantes haitianos na República Dominicana foi denunciada à justiça do país. O grupo teria exigido dinheiro de dezenas de haitianos que desembarcavam ilegalmente e eram liberados após o pagamento.
Entre os acusados, estão 11 inspetores do Departamento de Imigração, um capitão e dois sargentos do Exército Nacional. Segundo a ação movida pela Promotoria do Distrito Nacional, os inspetores pressionavam os haitianos durante as buscas por imigrantes ilegais. Depois de detidos, eles tinham de pagar uma quantia não revelada para serem liberados.
O promotor do caso, Alejandro Moscoso, afirmou que irá pedir a prisão preventiva dos acusados e as autoridades do país indicaram que irão punir os servidores considerados culpados com extremo rigor.
Principal destino
A Republicana Dominicana é um destino comum entre os haitianos que deixam o país em busca de trabalho. Muitos acabam usando Santo Domingo como ponte para chegar ao Panamá, seguir para o Peru e, posteriormente, entrar no Brasil pelos Estados do Amazonas e Acre.
Segundo dados divulgados neste ano pela Pastoral do Migrante, no Amazonas, a viagem custa cerca de 4,5 mil dólares por pessoa. Apesar do alto custo, os haitianos preferem deixar a nação de origem para buscar trabalho em outros países e enviar remessas de dinheiro para os familiares que ficaram para trás.
No Brasil, até o início do mês de outubro, o Conselho Nacional de Imigração havia autorizado a residência permanente por razões humanitárias de 632 haitianos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos, organização que presta suporte aos imigrantes ilegais provenientes do país, devastado em 2010 por um forte terremoto e, posteriormente, por uma epidemia de cólera.
No início deste ano, a AI (Anistia Internacional) pediu que a República Dominicana pare de realizar deportações “em massa” de imigrantes do Haiti. A entidade indicou ainda que os haitianos diagnosticados com cólera precisam ser tratados antes de retornarem ao seu país.
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