O sobrinho de Napoleão I, Luis Napoleão Bonaparte tenta sublevar em 30 de outubro de 1836 a guarnição de Estrasburgo a fim de marchar para Paris e derrocar o rei Luís Filipe I de França. Porém a falta de organização faz fracassar a tentativa de ‘putsch’. Lui sNapoleão teve de deixar a França e viajar aos Estados Unidos. No entanto, seria, mais tarde, preso e julgado. Ao cabo do processo, Luis Napoleão seria considerado inocente e absolvido.
Em 6 de agosto de 1840, Luis Napoleão tenta pela segunda vez um Golpe de Estado. Deixa o exílio nos Estados Unidos e retorna clandestinamente à Europa, instalando-se em Londres, onde prepara uma nova insurreição. Na noite de 5 para 6 de agosto desembarca com seus partidários perto de Boulogne-sur-Mer e tenta investir contra o 42º Regimento de infantaria. Outra vez um fiasco completo: os conjurados são presos, alguns deles mortos e Luis Napoleão sai ferido. É condenado à prisão perpétua na fortaleza de Ham.
Em 25 de maio de 1846, LuisNapoleão consegue se evadir do forte de Ham (Somme), disfarçado de trabalhador com uma tábua sobre os ombros. Havia sido encarcerado em 1840, acusado de complô contra o Estado. Dois anos depois, se tornaria o primeiro presidente da República Francesa e ainda dois anos adiante restauraria o título de imperador em seu próprio favor.
Eleito, em 11 de dezembro de 1848, presidente da República com 74 por cento dos sufrágios, Luís Napoleão Bonaparte presta juramento diante da tribuna e jura “em presença de Deus e do povo francês, representado pela Assembléia Nacional, de permanecer fiel à república democrática unida e indivisível e de cumprir todos os deveres que lhe impõe a Constituição.”
Pouco depois de seu pronunciamento, o príncipe-presidente se estabeleceria em sua nova residência no Palácio do Eliseu. Em dezembro de 1851, o sobrinho de Napoleão I organizaria um Golpe de Estado que lhe permitiria se fazer sagrar imperador sob o título de Napoleão III em 1852.
A abolição dos Estados Pontificados é decretada em 9 de fevereiro de 1849 por uma Assembléia Constituinte e a República Romana é proclamada. Em seu comando está Giuseppe Mazzini. Todavia, o exército francês de Luis Napoleão, comandado pelo general Oudinot, põe termo à insurreição e restabelece em seus poderes o papa Pio IX, quem se reintegraria a Roma no mês de abril de 1850.
No começo da manhã de 2 de dezembro de 1851, o presidente da República, Luis Napoleão, eleito em dezembro de 1848, organiza um Golpe de Estado com o objetivo de restaurar o Império. Os muros de Paris são cobertos de cartazes anunciando a dissolução da Assembléia e do Conselho governamental. As novas disposições tomadas pelo príncipe-presidente previam também consultar o povo por meio de referendo sobre a instituição de uma nova Constituição. O sobrinho de Napoleão escolheu agir em 2 de dezembro como rememoração da sagração de seu tio e de sua grandeza militar como vencedor de batalha nesta data. Exatamente como seu antepassado, se tornaria imperador sob o nome de Napoleão III.
Entretanto, como escreveu Karl Marx bem no início de sua obra O 18 Brumário de Luis Bonaparte, “Hegel observa em uma de suas obras que todos os fatos e personagens de grande importância na história do mundo ocorrem, por assim dizer, duas vezes. E esqueceu-se de acrescentar: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.”
Dois dias após seu Golpe de Estado, o presidente Luis Napoleão arquiteta uma sangrenta repressão contra os insurgentes, a maioria trabalhadores, que se opunham a sua tomada de poder. As barricadas que são erguidas nos bulevares parisienses são tomadas de assalto pelo exército. A fuzilaria resultou em mais de 400 mortos. Em dois dias a polícia do príncipe-presidente procedeu a mais de 25 mil prisões. Na província, 32 departamentos são colocados em estado de sítio, mas a resistência dos camponeses é também esmagada de forma sangrenta.
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