Os Estados Unidos retiraram neste domingo (18/12) seu último pelotão de soldados do Iraque. Os combatentes cruzaram a fronteira com o Kuwait e, dessa forma, encerraram formalmente a ação norte-americana no país do Oriente Médio. A guerra com os iraquianos, que fez parte da chamada “Guerra ao Terror”, teve início em 2003 e custou mais de um trilhão de dólares para os americanos.
Durante o auge da invasão dos EUA, o país chegou a contar com mais de 170 mil soldados e um total de 500 bases. Estima-se, de acordo com dados oficiais norte-americanos, que pelo menos 4,5 mil soldados do país foram mortos. Além disso, outros milhares de iraquianos perderam suas vidas durante os confrontos.
Soldados se preparavam para deixar o país / Efe
Apesar da saída dos EUA, o Iraque ainda segue em um clima de instabilidade. Atentados e confrontos, que não conseguem ser combatidos pelas forças de segurança do país, matam em média 350 pessoas por mês.
Nem mesmo no campo político há um entendimento claro entre os iraquianos. Neste sábado (17). Deputados do bloco Iraqyya, formado por muçulmanos sunitas, se retiraram do Parlamento. Eles acusam o governo predominantemente xiita de concentrar demais o poder no país.
Após a saída dos últimos 500 soldados americanos, o país decidiu manter apenas 157 combatentes no Iraque. Eles serão responsáveis pela Embaixada americana e pela segurança da missão diplomática.
Alto custo
A guerra do Iraque junto dos conflitos no Afeganistão custou mais de 4 trilhões de dólares (quase R$ 7 trilhões) ao país e, segundo especialistas consultados pelo Opera Mundi, foram mal explicadas. Além disso, com a retirada das tropas dos EUA, outro país ganharia destaque na região.
Efe
“Para o Iraque, com a retirada das tropas norte-americanas, o Irã se torna cada vez mais essencial para manter a estabilidade do país. Isso por conta do apoio econômico e político que o Irã oferece a varias lideranças políticas xiitas iraquianas”, explicou Flávio Rocha de Oliveira, professor de Relações Internacionais na UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).
Para a professora de História Maria Aparecida de Aquino, da USP (Universidade de São Paulo), as guerras contra Iraque e Afeganistão ajudam a explicar, de certa forma, a crise econômica que os americanos atravessam atualmente.
“Muito do que está acontecendo atualmente com os EUA, até pouco tempo atrás inimaginável, se deve a essa loucura que foi o investimento pesado nas guerras, particularmente a do Iraque”, explica a professora. “Afinal, quanto custa uma guerra?”, completa.
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