Theodore Herman Albert Dreiser foi um grande escritor e ativista político norte-americano. Sucedeu Frank Norris como o autor mais representativo do naturalismo nos Estados Unidos. Morreu em Holywood em 28 de dezembro de 1945, aos 74 anos.
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Nascido em Indiana em 27 de agosto de 1871, seu pai era um imigrante alemão católico e a mãe pertencia a uma comunidade menonita de agricultores estabelecidos em Dayton, Ohio. Theodore era o 12º de 13 filhos – o nono de dez sobreviventes. De 1889 a 1890, Theodore frequentou a Universidade de Indiana, aonde foi reprovado. Durante anos, escreveu para o jornal Chicago Globe e depois para o St. Louis Globe-Democrat.
Grande parte da obra subsequente de Dreiser trata de injustiças sociais. Seu primeiro romance, Sister Carrie (1900), conta a história de uma mulher que troca a vida do campo por uma vida fútil na cidade de Chicago. O segundo, Jennie Gerhardt (1911), seria publicado onze anos depois.
Dreiser não é tão apreciado por seu estilo mas sobretudo pelo realismo de seu trabalho, pela construção dos personagens e por seus pontos de vista sobre o estilo de vida americano. Teve grande influência sobre a geração de escritores americanos que se seguiu.
Seu romance de maior sucesso de Dreiser foi Uma Tragédia Americana (1925). A obra conta a história de um mensageiro de hotel, Clyde Griffiths, indeciso como Hamlet, que se propõe a conquistar fama e sucesso. Depois de um acidente de automóvel, Clyde é empregado por um parente distante, dono de uma fábrica de roupas. Lá ele seduz Roberta Alden, uma empregada da fábrica, mas se enamora de Sondra Finchley, uma moça da aristocracia local, que conhecera na entrada do hotel. Roberta, agora grávida, exige que Clyde se case com ela. Ele leva Roberta a um passeio de barco num lago isolado e numa sequência surreal mata-a “acidentalmente”. O processo de Clyde, sua condenação e execução ocupam o restante do livro.
Dreiser ressalta que a sociedade materialista é tão culpada quanto o assassino. O escritor baseou seu trabalho no caso real de Chester Gillette, que assassinou Grace Brown agredindo-a com uma raquete de tênis e lançando-a de um barco no lago Big Moose em Adirondack em julho de 1906. O livro foi proibido de circular em Boston em 1927.
O livro foi adaptado para o cinema pela primeira vez em 1931 por Josef von Sternberg. Dreiser objetou fortemente essa versão porque retratava o jovem assassino como um tipo vadio sedento de sexo. A segunda adaptação ocorreu em 1951 sob o título Um Lugar ao Sol, estrelado por Montgomery Clift e Elizabeth Taylor.
O diretor George Stevens ganhou o Oscar de Direção assim como os escritores Michael Wilson e Harry Brown pelo Melhor Roteiro Adaptado. O crítico Robert Hatch, do New Republic, contudo, em 10 de setembro de 1951, deploraria o filme. “Infelizmente, a força e a mordacidade do livro se perderam na polida competência da película. Pessoas tão lindas, tão obviamente bem sucedidas parecem não se prestar a simplesmente tirar o clássico de Dreiser e vestir seus personagens em tão elegante e ambivalente produção…”
Política
Ao longo da vida, Dreiser envolveu-se em várias campanhas contra a injustiça social, incluindo o linchamento do sindicalista Frank Little, o caso Sacco e Vanzetti, a deportação de Emma Goldman e a condenação do líder sindical Thomas Mooney.
Durante o reinado de J. Edgar Hoover, Dreiser foi considerado pelo FBI como um risco à segurança do país e dele tinha um dossiê completo. Como muitos intelectuais dos anos 1930 – Hemingway, John Dos Passos, André Malraux, C. Day Lewis etc. -, Dreiser viajou para a Espanha durante a Guerra Civil para apoiar o governo socialista, enquanto George Santayana e Ezra Pound sustentavam o franquismo.
Em 1935, a Associação das Bibliotecas de Warsaw, Indiana, ordenou a queima de todas as obras de Dreiser presentes em seu acervo. O escritor elogiou a União Soviética sob Stalin mesmo durante os Grandes Expurgos e o Pacto Molotov-Ribbentrop e filiou-se ao Partido Comunista dos Estados Unidos em agosto de 1945, pouco antes de morrer.
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