Quase um terço dos integrantes da comissão governamental japonesa responsável pela questão da segurança nuclear já chegou a receber doações financeiras da própria indústria energética do país. A denúncia foi publicada pelo jornal japonês Asahi Shimbun, que questionou a neutralidade desse grupo.
O órgão é responsável por orientar decisões do Estado japonês sobre instalações nucleares de maneira independente.
De acordo com o jornal, dois dos cinco membros permanentes e 22 dos 84 observadores externos da comissão receberam doações de empresas e organizações industriais vinculadas ao setor nuclear. Os pagamentos teriam sido feitos em um período de cinco anos, até 11 março de 2011, quando ocorreu o acidente de Fukushima.
A catástrofe, um terremoto seguido de tsunami, que deixou 20 mil mortos ou desaparecidos e provocou um grande acidente na central nuclear de Fukushima, colocou em dúvida a capacidade do país em lidar com esse tipo de energia de forma segura.
As doações chegaram a 85 milhões de ienes, ou 1,08 milhão de dólares, segundo o jornal. Pelo menos 11 integrantes receberam doações de fabricantes de reatores nucleares e empresas ligadas à produção de combustível nuclear e que eram objeto de análise da própria comissão.
Segundo o Asahi Shimbun, o presidente da comissão, Haruki Madarame, recebeu quatro milhões de ienes da Mitsubishi Heavy Industries entre 2006 e 2009, quando lecionava na Universidade de Tóquio antes de assumir o controle do grupo, no último mês de abril.
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