Em 13 de janeiro de 1963, o democrata George Wallace é empossado como governador do estado de Alabama, prometendo ao seu eleitorado “segregação agora, segregação amanhã, segregação para sempre!”.
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Seu discurso de posse foi escrito pelo líder da Ku Klux Klan, Asa Carter, que mais tarde, sob o pseudônimo de Forrest Carter, reviu a suas crenças na supremacia branca ao escrever o livro The Education of Little Tree, uma descrição patética das dificuldades enfrentadas pelos índios autóctones na sociedade norte-americana narrada por um contador de histórias escocês e uma vovó da nação indígena Cherokee.
A trajetória ideológica de Wallace não foi diferente de Asa Carter. Em 1958, Wallace havia feito sua primeira tentativa para conquistar a cadeira do governo de Alabama. A NAACP (Associação Nacional pelo Progresso das Pessoas de Cor), apoiou-o enquanto a Ku Klux Klan respaldou seu oponente desde as primárias. Wallace foi derrotado por ampla margem. Quatro anos mais tarde, tornou-se um feroz segregacionista, ganhando a eleição para governador com uma vitória arrasadora.
Prometeu “segregação para sempre”, porém logo cedeu diante da oposição de Washington. Em junho de 1963, sob pressão federal, foi obrigado a suspender o bloqueio racial à Universidade do Alabama, permitindo a inscrição de estudantes afro-americanos.
Frente a seu fracasso em conter o acelerado avanço de direitos civis no extremo sul do país, Wallace tornou-se o porta-voz nacional da resistência às mudanças raciais e, em 1964, entrou na corrida presidencial dos Estados Unidos. Embora derrotado na maioria das primárias presidenciais democratas de que participou, seus modestos sucessos deixaram clara a extensão da reação popular contra a integração social. Em 1968, retornou novamente à corrida presidencial, dessa vez pelo Partido Americano Independente. No dia das eleições, conquistou a simpatia de 10 milhões de eleitores em todo o país.
Em 1972, Wallace retornou ao Partido Democrata para a sua terceira campanha presidencial, defendendo uma plataforma levemente mais moderada e mostrando boas possibilidades. Foi quando ele foi baleado por Arthur Bremer, em 15 de maio de 1972, em Maryland, num dos atos de sua campanha.
Wallace ficou permanentemente paralítico. No dia seguinte, lutando pela sua vida no hospital, teve grandes vitórias nas primárias de Michigan e Maryland. Wallace permaneceu no leito hospitalar por diversos meses e assim encerrou irrevogavelmente sua terceira campanha presidencial.
Com sua recuperação, perdeu relevância nacional e realizou uma fraca campanha em sua quarta e última tentativa pela Casa Branca em 1979. Durante a década de
Entrou em contato com líderes dos direitos civis que contestava no passado e pediu-lhes perdão. À época, ganhou o apoio político do crescente eleitorado afro-americano, tendo sido eleito governador pela última vez. Durante os quatro anos seguintes, o homem que havia prometido segregação para sempre, fez mais nomeações políticas de afro-americanos que qualquer outra figura na história do Alabama. Morreu em 1998.
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