Apenas quatro dias depois do pior incêndio ocorrido em Honduras nos últimos anos, o país sofre mais uma vez com um incidente envolvendo fogo. Neste sábado (18/02), um incêndio atingiu três blocos de um mercado popular em Comayaguela, em Tegucigalpa, capital hondurenha. Pelo menos 11 pessoas ficaram feridas e 1.800 barracas se queimaram. No incêndio anterior, ocorrido dia 14, 358 pessoas morreram, de acordo com o balanço oficial mais recente.
Policiais e bombeiros de Honduras ainda investigam as causas do incêndio no mercado popular, mas a suspeita é que houve um curto-circuito na parte elétrica em um dos blocos. As primeiras informações indicam que o fogo se alastrou nas barracas de roupas e tênis. Na relação de vítimas, há pessoas com ferimentos na cabeça e sintomas de asfixia.
O prefeito de Tegucigalpa, Ricardo Alvarez, afastou a hipótese de ação criminosa. Aguilar disse ainda que o presidente de Honduras, Porfirio Pepe Lobo, marcou para este domingo (19) uma reunião com o Comitê de Emergência na tentativa de “resolver a situação”.
O socorro às vítimas foi dificultado em decorrência do elevado número de automóveis na região do mercado popular e também pela falta de água e de equipamento para apagar o fogo. Após dois incêndios de grandes dimensões em menos de uma semana, o Congresso Nacional de Honduras criou uma comissão especial que vai avaliar os incidentes e elaborar um relatório sobre o tema.
O incêndio do dia 14 ocorreu em uma penitenciária da província de Comayagua, no Norte do país. Entre os feridos, há um detento brasileiro, internado em um hospital nas imediações do presídio. O OHCHR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) pediu ao governo de Honduras para que faça uma investigação independente sobre as causa do incêndio.
A prisão foi projetada para 250 detentos. No momento em que pegou fogo, havia 856 presos no local. De acordo com as autoridades de Honduras, a maior parte dos detentos morreu por asfixia no incêndio ocorrido em diversos módulos da prisão.
Acusações
Apesar da tentativa das autoridades de acalmar a população, setores hondurenhos e organizações que lutam pela defesa dos direitos humanos, criticaram a ação dos policiais durante o incêndio.
Para o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, deposto após um golpe de Estado, o incêndio não pode ser caracterizado como acidente e sim como um “assassinato vil, um crime, um magnicídio que deve ser punido com toda a força e rigor da lei”.
O Cofadeh (Comitê de Familiares de Presos Desaparecidos de Honduras) afirmou na última quinta-feira (16) que o incêndio na penitenciária de Comayagua foi causado pelos próprios policiais.
De acordo com o grupo, apoiado por denúncias de um detento que se salvou, os agentes teriam espalhado gasolina em volta das celas e disparado com suas armas para iniciar o fogo.
Ainda de acordo com a denúncia, quem tentava se salvar era morto pelos policiais. O Cofadeh afirmou que até mesmo o diretor da penitenciária deve ser investigado por conta do incêndio, pois teria recebido dinheiro dos presos para ajudar numa fuga planejada.
*Com informações da Agência Brasil e da Telesur
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