A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) emitiu um comunicado nesta quarta-feira (22/02) informando que não chegou a um acordo com autoridades iranianas, após dois dias de negociações, para que seus agentes pudessem ter acesso à instalação militar de Parchin, ao sudeste de Teerã.
Segundo o documento, as discussões ocorreram de segunda e terça-feira (21/02) e o Irã não autorizou a visita. “Esforços intensivos foram feitos para se alcançar um acordo facilitando a clarificação de questões não resolvidas em relação ao programa nuclear iraniano, particularmente aqueles relacionados a dimensões militares. Infelizmente, esse acordo não foi alcançado”, diz o comunicado.
A AIEA acredita haver uma câmera de contenção para testar explosivos, sugerindo um possível desenvolvimento de armas, segundo a agência de notícias Reuters.
“É frustrante que o Irã não tenha aceitado nossa solicitação de visita a Parchin. Nós nos envolvemos em um espírito construtivo, mas nenhum acordo foi alcançado”, disse o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, no comunicado.
As principais agências de notícias iranianas ainda não se manifestaram sobreo comunicado da AIEA. A reportagem de Opera Mundi entrou em contato com a embaixada do Irã em Brasília, mas ainda não obteve retorno.
O Irã tem sido acusado por países ocidentais, em especial os Estados Unidos, de desenvolver seu programa nuclear para fins militares. O país persa, por sua vez, sempre afirmou que seus objetivos são civis e pacíficos. A tensão diplomática entre o Irã e os países ocidentais aumenta na medida em que o país é punido com sanções econômicas.
Em 8 de novembro, a AIEA emitiu um relatório questionando os fins pacíficos do programa nuclear,sem apresentar maiores evidências. Em seguida, o representante do Irã na entidade, Ali Asghar Soltanieh, acusou o diretor-geral da instituição, Yukiya Amano, de apresentar um relatório desequilibrado, não profissional e politicamente motivado sobre o programa nuclear iraniano.
Um despacho de 10 de julho de 2009 vazado pelo Wikileaks mostra alinhamento entre Amano e a diplomacia norte-americana em relação ao Irã.
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