Os documentos públicos na França não poderão mais utilizar a distinção entre os termos de “madame” e “mademoiselle”. A medida, que também passa a abolir o segundo termo, foi anunciada nesta terça-feira (21/02) pelo gabinete do primeiro-ministro François Fillon, e era uma antiga demanda de associações feministas.
A mudança foi divulgada através de uma circular do Palácio de Matignon (sede do governo francês), afirmando que o termo honorífico “mademoiselle” deveria ser abolido de todos os documentos administrativos.
Wikimedia Commons
A estilista francesa Coco Chanel, em foto de 1920, que sempre preferiu ser denominada pela alcunha “mademoiselle”
Até então, as mulheres precisavam identificar-se como casadas (madame, ou senhora) ou solteiras (mademoiselle, senhorita), desde documentos de identidade até contas a pagar. O homem (monsieur, ou senhor), nunca precisou utilizar qualquer distinção.
A partir de agora, as mulheres devem ser identificadas apenas por “madame”, sem qualquer referência ao seu estado conjugal, em equivalência ao termo “monsieur”. A medida não vale para os documentos e correspondências públicas já impressos anteriormente à medida.
Movimento feminista
Os grupos feministas “Osez le féminisme” (Ousar o feminismo) e “Chiennes de garde” (Cadelas de guarda) iniciaram uma campanha reivindicando o fim do termo no último mês de setembro.
Segundo Agathe Paintaud, do “Osez le féminisme”, a opção, que nunca foi obrigatória por lei, se “intromete” na privacidade das mulheres e revela um tratamento “machista”, já que, aos homens, “não é solicitado que indiquem seu estado civil”.
Para o “Osez le féminisme!”, esse costume é “revelador da concepção retrograda do casamento”, visto que “transmite a impressão de que uma mulher só alcança sua plenitude depois de casada, quando, então, a 'madame' se iguala ao 'monsieur'”.
As duas associações felicitaram a mudança, mas exigem “resultados concretos”, afirmando que irão fiscalizar o cumprimento da medida. Elas também convidam o setor privado e as empresas a seguir a ação do governo.
NULL
NULL
NULL