A televisão oficial síria divulgou nesta segunda-feira (27/02) o resultado tido até o momento como oficial do plebiscito realizado neste domingo (26) no país a respeito da nova Constituição. De acordo com as informações divulgadas, 89,4% dos eleitores votaram a favor do novo texto.
Segundo o Ministério do Interior do país, 57,4% das 14,5 milhões de pessoas que tem direito a voto no país comparecem às urnas. Ainda segundo o governo sírio, 9% votaram contra a nova Constituição.
Apesar dos resultados divulgados, em algumas regiões do país não foi possível realizar o plebiscito por conta dos conflitos que seguem entre forças de segurança do país e grupos opositores ao governo do presidente Bashar al Assad. Os protestos estão prestes a completar um ano, neste mês de março.
Durante a votação, o próprio ministério do Interior confirmou conforme comunicado que a votação não estava sendo realizada por todo o país. “O referendo está se desenvolvendo com normalidade e foi registrada uma participação massiva na maioria das províncias, com exceção de algumas áreas”, destacou.
A nova Constituição síria limita o mandato do presidente da República a sete anos, sendo possível renová-lo por mais sete em caso de reeleição. As novas diretrizes, no entanto, são válidas apenas a partir das novas eleições que deverão ser realizadas em 2014.
Isso significa que Assad, atualmente com 46 anos e a 12 no poder, poderia permanecer no cargo até 2028 caso fosse eleito em 2014 e reeleito em 2021. Além disso, o novo texto permite a participação de outros partidos na disputa eleitoral. A Síria é governada há quase 50 anos pelo mesmo partido, o Baath.
Pressão internacional
O resultado do referendo é divulgado no momento em que a presidente do CDH (Conselho de Direitos Humanos) da ONU, Laura Dupuy Lasserre, classifica a situação do país como “crítica”.
“Esperamos uma resposta positiva das autoridades (sírias) para que se possa assistir a todas as pessoas afetadas”, destacou Laura, quem afirmou ser urgente à ajuda às vítimas da violência armada.
Apesar da pressão internacional, o Brasil posiciona-se contra uma intervenção estrangeira no país, especialmente se a ação envolver a entrega de armas à oposição do país.
“O Brasil se posiciona contra a entrega de armas seja a quem seja. O Brasil condena ações armadas de qualquer lado, não aceitamos ações armadas. Precisamos que toda perspectiva imediata de ações bélicas seja revista, estas têm significados nefastos para a população civil e não contribuem à reafirmação democrática de nenhum país”, afirmou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, durante a 19ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta segunda.
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