Nesta quinta-feira (22/03), os militares de Mali deram um golpe de Estado e suspenderam o governo e todas as instituições do país por tempo indeterminado. As forças militares alegam que o antigo governo, liderado pelo presidente Amadou Toumani Touré e pelo primeiro-ministro Cissé Mariam Kaidama Sidibé, não era capaz de combater os rebeldes tuaregues no norte de Mali.
Por meio de dois comunicados veiculados durante todo o dia nos meios de comunicação do país, os militares informaram a população que a Constituição também havia sido suspensa.
Durante a madrugada, ao menos três ministros foram detidos e neste momento se encontram presos em um quartel de Kati, a 15 quilômetros da capital, Bamaco. Dois dos detidos são os titulares das pastas das Relações Exteriores e o da Administração Territorial.
O paradeiro do presidente e do primeiro-ministro ainda são desconhecidos. Segundo informou a Agência Efe, os militares entraram nas casas de alguns políticos e as destruíram. Não há informações, no entanto, a respeito da prisão destas pessoas ligadas ao antigo governo.
Apesar do golpe anunciado, houve confrontos envolvendo militares leais ao presidente Touré durante a madrugada. Ainda segundo a Efe, pelo menos 50 membros da guarda presidencial morreram por conta dos combates nos arredores do palácio presidencial.
Os militares que tomaram o poder afirmaram que não irão “usurpar o poder” e alegam que unidades da Polícia do país se juntaram ao levante. O CNRDRE (Comitê Nacional pela Recuperação da Democracia e a Restauração do Estado), principal órgão dos militares, convocou a sociedade civil e os partidos políticos a integrarem “uma marcha patriótica para salvar a democracia”.
Condenação de organismos
Após o anúncio do golpe de Estado, a UA (União Africana) e a Cedeao (Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental) condenaram a ação dos militares. Jean Ping, presidente da UA destacou a “necessidade de respeitar a legitimidade constitucional representada pelas instituições republicanas, incluindo o presidente da República e chefe de Estado, Amadou Toumani Touré”.
Já a Cedeao condenou as “equivocadas ações dos insurgentes” e advertiu que “não perdoará nenhum recurso à violência como meio para conseguir um desagravo”.
“A Cedeao está acompanhando estritamente os eventos no país e responderá de maneira adequada a qualquer tentativa de perturbar mais a precária situação de segurança”, completou o organismo por meio de um comunicado divulgado nesta quinta.
Mali conquistou sua independência da França em 1960. Nos últimos anos, o país tem sofrido ataques do Movimento Nacional para a Libertação de Azawad, no norte da nação. O governo alegava que o movimento era liderado por membros da Al Qaeda.
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