O capitão Amadou Sanogo, chefe dos militares que depuseram o presidente de Mali, Amadou Toumani Touré, afirmou nesta sexta-feira (23/03) em entrevista à Agência Efe que não pensa em eternizar-se no poder e que sua missão é a de “salvar a nação”.
Durante a entrevista exclusiva no quartel de Katti, próximo a Bamaco, e onde começou o motim, o capitão Sanogo sustentou que a ruptura constitucional era “necessária” e que sua vontade é a de entregar o poder a um governo formado “após as consultas com todas as forças vivas do país”.
“Não vamos nos eternizar no poder. Estamos aqui para fazer uma mudança após dez anos de afundamento do país”, acrescentou.
Sanogo sustentou que não havia muitas possibilidades de diálogo com os dirigentes do país e que, por esta razão, “os altos comandantes do Exército optaram pela via das armas”.
“Assumimos a missão de reformar o Estado porque tudo estava caminhando muito mal. Não há segurança, o sistema de educação é deficiente e as condições de vida são extremamente difíceis”, ressaltou.
O chefe do autoproclamado CNRDRE (Comitê Nacional para o restabelecimento da Democracia e a restauração do Estado, na sigla em francês) garantiu que foi a situação geral do país que motivou o levante e não “a gestão da crise no norte de Mali”, palco das revoltas dos tuaregues e zona de influência da Al Qaeda.
O golpe era necessário para “salvar a nação”, garantiu o capitão Sanogo, quem se negou a falar sobre o paradeiro do ex-presidente Touré e o lugar onde supostamente está abrigado, mas admitiu a detenção dos ministros do anterior Executivo.
Sanogo, que perpetrou o golpe de estado na quarta-feira (21), advertiu que a Justiça será a encarregada de julgar os “que cometam ou tenham cometido delitos”.
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