O Brasil anunciou nesta sexta-feira (23/03) que voltará a discutir com a Argentina o que considera serem “impedimentos” nas relações comerciais entre os dois países. Segundo o ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, os empresários brasileiros têm se queixado bastante em relação à situação atual do comércio bilateral.
Pimentel participou nesta sexta de uma entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros e classificou como “boas” as relações entre os países. Segundo ele, em um “volume de troca tão intenso, é normal que haja problemas”. Apesar disso, o ministro afirmou que as exportações brasileiras para o país vizinho sofreram uma queda de 22% nos dois primeiros meses de 2012 em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, as importações brasileiras de produtos argentinos apresentaram uma alta de 10% no mesmo período. “Parece que a Argentina está com problemas e devemos, de forma madura, tratar de ajudar a solucioná-los”, completou Pimentel.
A principal crítica dos empresários brasileiros se refere ao novo regime de importação argentino. O novo sistema prevê que as empresas do país vizinho devem antecipar suas previsões de compras para que os pedidos sejam aprovados pelas autoridades do país. Só então, as importações podem ser realizadas.
Para Pimentel, a medida cria “uma dificuldade adicional” e deverá ser discutida nas próximas semanas em Buenos Aires. Uma comissão brasileira viajará à Argentina para tratar da questão.
A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) também demonstrou preocupação em relação à medida argentina. O presidente da instituição, Paulo Skaf, afirmou que viajará à Argentina nos próximos dias para debater o assunto com autoridades e associações empresariais do país.
“Estamos muito preocupados com esta situação e vamos continuar negociando para encontrar uma solução adequada aos dois lados”, afirmou o presidente, quem disse que a “Argentina é um país vizinho e um importante parceiro comercial”. No entanto, segundo ele, “não se pode aceitar que a indústria brasileira seja prejudicada por medidas unilaterais”.
Em 2011, o comércio bilateral entre os dois países apontou um déficit de 5,8 bilhões de dólares. O cenário fez com que a Argentina adotasse medidas protecionistas para diminuir o volume de exportações brasileiras.
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