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Como passageiros de um navio em meio a uma tempestade, bancos e governos europeus se apoiam mutuamente em instável equilíbrio. A tempestade é financeira e, a esta altura da crise, os papéis se inverteram: agora os governos pedem ajuda aos bancos. A enorme injeção de dinheiro que o Banco Central Europeu está dando aos bancos, em condições favoráveis sem precedentes, serviu para comprar boa parte dos títulos da desvalorizada dívida pública de muitos países europeus, e garantir o cambaleante carro da zona do euro. Depois de três anos, terão que devolver estes empréstimos. Porém, os bancos que estavam em perigo poderão esconder seus problemas estruturais por um triênio, e depois os governos terão que renovar o apoio, porque não deixarão bancos quebrarem…
Assistimos a um desenvolvimento muito interessante. Antes da crise, o setor financeiro havia assumido o controle da economia “real”, isto é, a produção de bens e serviços. O fluxo de capitais especulativos chegava a US$ 4 trilhões diários, contra menos de US$ 1 bilhão do setor produtivo. E, apesar de sua monstruosa dimensão, a finança especulativa é o único setor que não está sujeito a um órgão regulador, ao contrário de comércio, trabalho, turismo, transportes e os demais da economia real.
Por isso, quando surgiu a crise de 2008, reclamou-se universalmente uma revisão profunda do sistema financeiro: proibição da especulação financeira de alto risco – uma das causas da crise –, e uma reforma para que não existam “bancos muito grandes para quebrar” e o Estado ter de salvá-los com dinheiro dos cidadãos. Disto já nem se fala, e nem foi implementado um imposto simbólico (a Taxa Tobin) sobre as transações financeiras.
Não só o sistema não foi reformado, como os financeiros assumiram o controle da política. Primeiro, intervieram para salvar uma União Europeia em quebra. Em pouco tempo, ex-funcionários do banco norte-americano Goldman Sachs assumiram as rédeas do BCE, dos governos de Grécia e Itália, e cargos centrais na Espanha, França, Hungria e Lituânia. O novo presidente do BCE, Draghi, modificou a política de seu antecessor Trichet, concedendo um crédito ilimitado aos bancos que, em troca, auxiliam os governos em crise comprando títulos de suas dívidas, embora no caso grego a obstinação alemã tenha impedido uma solução rápida. Na Itália os juros sobre sua dívida caíram para menos da metade.
Sucessivamente se submeteu manu militari os países em risco a um severo ajuste fiscal, como se o déficit orçamentário fosse o único problema. Nada importam o déficit social, nem o déficit de confiança da cidadania. A prioridade é conquistar a confiança dos mercados mediante os cortes orçamentários. Assim, os governos dependem da opinião dos mercados, não dos cidadãos, e menos ainda dos partidos, considerados causadores da crise ou incapazes de enfrentá-la.
O resultado são incontáveis felicitações cruzadas entre ministros e banqueiros (FMI e Banco Mundial incluídos), porque, segundo eles, estão superando a crise. O primeiro-ministro italiano Monti em poucos dias fez de sua credibilidade perante Wall Street a base de sua legitimidade.
De fato, hoje a política é legitimada pelos mercados, ou seja, “os técnicos” no governo recebem a aprovação de seus ex-colegas financeiros. E é isto o que decide se um governo pode escapar da guilhotina. E, na União Europeia, cada dia mais desunida, se fazem e se desfazem alianças. O quarteto Monti-Rajoy-Cameron-Rutte se acerta para balancear a dupla Merkel-Sarkozy… O que não impede Cameron, Rajoy e Merkel de manifestar sua preferência por Sarkozy ao seu adversário Hollande.
Enquanto isso, o desemprego, especialmente o juvenil, aumenta, e são cerceados todos os direitos do trabalhador, da pensão à idade de aposentar. Pagam os cidadãos, não as finanças, e, com a progressiva redução da arrecadação fiscal, o círculo vicioso se agrava sem mudar os técnicos na função de governo cuja política consiste, simplesmente, em continuar cortando até atingir a paridade orçamentária. Assim, agrava-se a deslegitimação da política e nos encaminhamos para uma fórmula de democracia restrita a um setor minoritário.
E agora que na Itália o governo Monti, com grande exemplo cívico, publicou a renda obtida por seus ministros antes de entrarem para o governo, poderíamos perguntar se estamos regressando à democracia censatária, o antigo sistema que concedia o voto a partir de certo nível econômico. A ministra da Justiça declarou renda no valor de sete milhões de euros em 2010, o vice-primeiro-ministro de 2,5 milhões, enquanto Monti ganhou 1,5 milhão e tem dez milhões no banco. Nesta espécie saudável de “destape”, que seria o “lado bom” da transição em curso, se descobre que o salário do chefe da polícia chega a 621.253 euros. Parece que se está substituindo os políticos de profissão por uma casta de superburocratas tão bem pagos que com seus novos salários governamentais perdem uma grossa porção de suas rendas anteriores.
* Roberto Savio é fundador e presidente emérito da agência de notícias Inter Press Service (IPS).
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