Agência Efe
Reivindicando uma “ampliação de suas vozes” e um maior reconhecimento da “representatividade de seus mercados”, os líderes dos Brics, o bloco das principais nações emergentes do planeta, ameaçaram cortar as linhas de crédito que destinam ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e que auxiliam no combate à crise da dívida soberana dos países da União Europeia.
O pedido foi feito nesta quinta-feira (29/03) durante o encontro dos chefes de estado dos Brics na Índia e expressou a “frustração” das lideranças do grupo com o poderio decisório reduzido que detêm no órgão.
Em um comunicado conjunto, Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul defenderam que o FMI abra espaço para “uma urgente reflexão acerca dos pesos de cada economia” e para um “incremento na representação de mercados emergentes e nações em desenvolvimento”.
“Nós ressaltamos que os esforços atuais em prol do fortalecimento da capacidade de empréstimo do FMI só serão bem-sucedidos se for certo que todos os membros da instituição se engajarão verdadeiramente na implementação da reforma acordada em 2010”, declarou o grupo.
Há dois anos, os credores do FMI concordaram em elevar o peso dos votos de mercados emergentes dentro do órgão, mas os EUA, que tradicionalmente dividem sua liderança com a Europa, até hoje não sancionaram a nova legislação.
Em meio ao encontro, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, frisou que “a crise financeira começou no mundo desenvolvido” e que ela não será solucionada “simplesmente com medidas de austeridade, consolidações fiscais e depreciação da força de trabalho”.
Os Brics representam 45% da população mundial e seu PIB (Produto Interno Bruto) de 13,5 trilhões de dólares representa um quarto da economia global. Além de maior influência nas decisões tomadas pelo FMI, o grupo de nações também pede um financiamento mais intenso do Banco Mundial para suas obras de infra-estrutura. Durante a reunião que será encerrada nesta sexta-feira (30/03), o grupo considerou formalmente até mesmo a criação de um fundo exclusivo para nações em desenvolvimento.
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