No dia 4 de abril de 1949, o Tratado do Atlântico Norte é assinado em Washington e a Guerra Fria entra em sua fase institucional. O artigo 5º determinava que todos os signatários se auxiliassem militarmente caso houvesse um ataque externo a um membro do grupo.
Alarmados com o Golpe de Praga de 25 de fevereiro de 1948, os EUA, o Canadá e mais dez países da Europa Ocidental queriam, dessa forma, conter uma eventual agressão dos países do bloco socialista. A fim de pôr em ação suas resoluções, fundam a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Os membros europeus eram Bélgica, Dinamarca, França, Itália, Islândia, Luxemburgo, Noruega, Holanda, Portugal e Reino Unido. A Grécia e a Turquia integrariam a organização pouco tempo após sua criação, assim como a República Federal Alemã.
Este organismo internacional nascido do tratado de Washington ficou encarregado de coordenar as ações militares de seus membros. Dizia-se uma aliança defensiva, apesar do termo defesa não constar em seu nome. Sua sede, num primeiro momento, era situada em Paris.
O quartel-general na Europa (em inglês, Supreme Headquarters Allied Powers Europe) foi fixado em Rocquencourt, perto de Versalhes. O primeiro comandante supremo foi o general norte-americano Dwight Eisenhower, chefe militar do Dia D.
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Em 14 de maio de 1955, os soviéticos respondem à Otan com a criação do Pacto de Varsóvia, unindo em torno de si Bulgária, Hungria, Polônia, República Democrática Alemã, Romênia, Albânia e Tchecoslováquia. As tropas desses países foram colocadas sob o comando soviético unificado. Iriam intervir em países do próprio pacto, primeiro na Hungria e depois na Tchecoslováquia.
Em 1966, o general De Gaulle, presidente da França, decide retirar seu país dos órgãos operacionais da OTAN sem, contudo, deixar de pertencer à aliança. Queria que a França conservasse o pleno domínio de sua força de dissuasão nuclear sem ter que prestar contas a ninguém.
O Shape e o Conselho do Atlântico mudam-se então para as cercanias de Bruxelas e ali permaneceriam mesmo depois do retorno pleno de Paris à organização, no começo dos anos 1990.
Sob impulso do presidente dos EUA, Ronald Reagan, a OTAN arrasta a organização rival para uma corrida armamentista extremamente custosa. A União Soviética não consegue acompanhar. Sofria de uma deterioração econômica crescente de sua economia e a população via suas condições de vida piorar a cada ano. Terminaria por implodir sob o peso de suas contradições internas em 1991.
Foi assim que, ao cabo de 40 anos de Guerra Fria, a Aliança alcançou uma vitória total sobre a União Soviética sem ter a necessidade de disparar um único tiro de fuzil. Somente em 1994, em Kosovo, que trava a sua primeira guerra.
Em seguida ao desmoronamento da URSS, Polônia, Hungria e República Tcheca unem-se à OTAN, em março de 1999.
Estônia, Letônia, Lituânia, Eslováquia, Eslovênia, Romênia e Bulgária também adeririam à organização em maio de 2004, elevando para 26 o número de membros.
A OTAN havia perdido sua razão inicial de ser com a implosão da União Soviética. Como a “ameaça russa” deixa de existir, ela perde sua utilidade para as democracias ocidentais.
Diante do risco da dissolução da aliança e da perda de seu papel de gendarme do mundo, os EUA tentam, a partir de 1991, reorientar a OTAN para missões mais amplas. Foi assim que os governantes de Washington estigmatizaram a ameaça islâmica da década de 1990. O ataque terrorista de 11 de setembro de 2001 parecia justificar a ampliação das ações da OTAN, que acabou intervindo no Afeganistão, e, anos mais tarde, na Líbia, como braço armado das Nações Unidas.
Segundo historiadores, a ameaça terrorista não é, contudo, comparável à ameaça soviética de outrora, e o sensível apaziguamento das relações internacionais nos primeiros decênios do século XXI recolocará mais cedo do que tarde a questão da manutenção da OTAN.
Também nesse dia:
1975 – Microsoft é criada por Bill Gates e Paul Allen
1968 – Martin Luther King é assassinado
1832 – Charles Darwin chega ao Rio de Janeiro no navio Beagle
1952 – Argentina cria base permanente em Esperanza, na Antártica
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