Nesta quarta-feira (04/04), o governo colombiano insistiu em desconhecer a existência de presos políticos ou de guerra no país. Ao adotar essa posição, a Colômbia pode continuar proibindo as visitas de grupos humanitários aos presos.
“Na Colômbia não há presos políticos”, disse o ministro de Justiça, Juan Carlos Esguerra, citado por uma emissora de rádio local. A declaração de Esguerra é uma resposta à pacifista brasileira Socorro Gomes, segundo a qual o governo deveria garantir os direitos dessas pessoas.
Gomes, presidente do Conselho Mundial pela Paz, sustentou que na Colômbia existem sim presos políticos porque há um “conflito político com mais de seis décadas”.
Para a pacifista brasileira, a libertação dos últimos 10 militares retidos pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) na última segunda (02), significa que o grupo guerrilheiro cumpriu com sua parte. Gomes fez parte da missão humanitária que resgatou os militares.
Agora corresponde ao governo colombiano um gesto para avançar a uma negociação política ao conflito, apontou Gomes, se referindo à autorização para que um grupo humanitário visite os guerrilheiros presos no país.
“As FARC cumpriram com o prometido. É um passo importante para o caminho da paz”, sublinhou a brasileira.
No entanto, Esguerra indicou que em seu país não há “ninguém privado de sua liberdade por suas convicções políticas ou religiosas”.
O titular reiterou também sua determinação de não autorizar o grupo da sociedade civil Colombianos e Colombianas pela Paz, liderado pela pacifista e ex-senadora Piedad Córdoba, a visitar os membros da insurgência presos.
As FARC informaram recentemente – entre os preparativos para as libertações – que veriam como um gesto positivo a autorização dessas visitas.
O grupo pede ainda que o presidente Juan Manuel Santos permita a visita humanitária proposta pelas mulheres do Mundo pela Paz aos prisioneiros políticos e de guerra nos centros de reclusão do país.
Para a guerrilha, é uma contradição que o governo negue a existência dos presos políticos para obstruir a visita, quando as autoridades penitenciárias reconhecem que há 15 mil prisioneiros políticos na Colômbia.
No último dia 6 de março, Esguerra retirou a permissão concedida a Córdoba para visitar os guerrilheiros presos.
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