Dificil imaginar, como brasileiro, um país onde carros de combate nas esquinas façam parte da paisagem tanto quanto os táxis. Esse é o Líbano que conheci ao longo de uma semana.
As cicatrizes da guerra civil que devastou o país entre 1975 e 1990 podem ser vistas ainda hoje, seja nos campos de refugiados palestinos ou nos vários edifícios crivados de bala em Beirute ocidental. As divisões que culminaram nessa guerra não cessaram com o fim dos combates. Por enquanto se dão no âmbito político, mas não há garantias de que os canhões não voltem a rugir.
A proximidade com Israel também torna o ar mais pesado. Qualquer incidente na tensa fronteira com a Palestina ocupada, pode desencadear um conflito de grandes proporções, como o que aconteceu em 2006, quando o exército israelense e o Hezbollah se enfrentaram.
Atualmente, com a crise na Síria, país vizinho que tem fortes laços históricos com o Líbano, a presença cada vez maior de refugiados sírios na fronteira libanesa, e o acirramento de ânimos entre partidários e opositores do presidente sírio Bashar al-Assad, a guerra continua a fazer parte da agenda do dia.
Palestinos protestam contra recente ataque israelense a Gaza, no campo de refugiados de Shatila, em Beirute. Neste campo e no de Sabra, em 1982, civis palestinos foram massacrados por milícias cristãs durante a guerra civil libanesa.
Poster do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, nos subúrbios de Beirute. A região, bombardeada por Israel em 2006, foi reconstruída graças aos esforços da organização.
Um das mortíferas bombas de fragmentação (cluster) despejadas pela força aérea israelense no Líbano, exibida no museu do Hezbollah em Mlita. Tais explosivos, não detonados, continuam a oferecer risco aos habitantes das montanhas ao sul.
Bandeiras do Hezbollah, Palestina e Líbano, na fronteira com Israel.
Bandeira brasileira num prédio em ruínas no campo de refugiados de Shatila, em Beirute, pintada durante a Copa do Mundo. O futebol continua sendo o maior cartão de visitas do Brasil no exterior.
Neste trecho da cerca que separa os territórios libanês e israelense, vigiado por soldados salvadorenhos integrantes da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), monumento traz a foto de um dos mártires do Hezbollah. Atrás da cerca, a esquerda, um bunker israelense.
Blindado da UNIFIL estacionado diante de um poster do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, no sul do Líbano, fronteira com Israel, uma das regiões mais militarizadas do planeta.
Grafiti em Beirute ocidental, traz a bandeira da oposição síria. O conflito na Síria, país que mantém laços históricos com o Líbano, divide os libaneses entre amor e ódio ao presidente Bashar al-Assad.
Soldado salvadorenho da UNIFIL fala ao rádio enquanto olham com desconfiaça, na tensa fronteira Líbano-Israel. Somos observados por soldados israelenses num bunker ao fundo. A foto foi feita com um celular pois os militares da ONU são avessos a fotos.
Blindados como esse, estacionados nas esquinas de Beirute, já fazem parte da paisagem. São um lembrete de que o espectro da guerra ainda paira sobre o Líbano.
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