Cerca de 62% dos argentinos apoia a decisão do governo de Cristina Kirchner de retomar o controle de 51% das ações da petrolífera YPF, que estava em mãos da multinacional de origem espanhola Repsol. A conclusãoi é de uma pesquisa divulgada neste domingo (22/04) pelo jornal La Nación e realizada pela consultoria Poliarquia.
Entre os entrevistados, 26% disseram estar “muito de acordo” e 36% disseram estar “de acordo” com a decisão, que abalou as relações diplomáticas com a Espanha. O governo chefiado pelo primeiro-ministro Mariano Rajoy já anunciou medidas de represália e pretende ampliá-las através da União Europeia.
Segundo o estudo, 23% dos consultados disseram estar “em desacordo” com a medida e só 8% a rejeitaram por completo.
Consultados sobre o impacto que consideram que isso trará à economia, 49% dos argentinos entrevistados consideraram que será positivo, enquanto 47% admitiram que afetará negativamente a imagem do país sul-americano no exterior.
A sondagem revela que a expropriação obteve 49% de apoio na capital Buenos Aires, governada pelo opositor Mauricio Macri (Prou). Ele criticou a expropriação e advertiu que os deputados de seu partido votarão contra a lei no Congresso Nacional.
A medida recebeu 66% de apoio nas consultas realizadas no interior do país, onde quatro de cada dez pesquisados se mostraram “muito de acordo”.
A pesquisa realizou 1.115 entrevistas por telefone com maiores de idade residentes em 40 cidades do país.
A Argentina anunciou o projeto de lei, que deverá ser aprovado com facilidade no Congresso, na última segunda-feira passada. A justificativa era de que a Repsol não realizou os investimentos necessários que haviam sido acordados na época da privatização, realizada durante o governo de Carlos Menem (1989-1999) – este também concordou com a ação.
O governo espanhol respondeu com a redução da compra de biodiesel argentino, produto que tem os sul-americanos como um dos principais provedores do mundo.
(*) com agências internacionais
NULL
NULL