Um marcha realizada no centro de Montevidéu na noite deste domingo (20/05) reuniu milhares de pessoas para reivindicar “verdade e justiça” diante das violações aos direitos humanos ocorridos durante o período da ditadura militar naquele país (1973-1985).
A 17ª Marcha do Silêncio, promovida pela organização Mães e Familiares de Presos Desaparecidos, percorreu a avenida 18 de julho, a principal da cidade, e seguiu até a Praça Cagancha.
A mobilização, que terminou com a leitura dos nomes da mais de uma centena de desaparecidos, é realizada anualmente em 20 de maio, data em que os ex-parlamentares uruguaios Zelar Michelino e Héctor Gutiérrez e os ex-militantes tupamaros William Whitelaw e Rosario Barredo foram assassinados em Buenos Aires.
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Os manifestantes ressaltaram os avanços na área de direitos humanos conquistados nos últimos anos no país e reforçaram a busca pela verdade. Em outubro do ano passado, o presidente José Mujica promulgou uma lei que declarou imprescritível os crimes da ditadura e que anulou juridicamente a Lei da Caducidade.
“Esta é a 17ª Marcha do Silêncio pelos presos desaparecidos e ela continuará sendo realizada até que se saiba toda a verdade sobre os corpos (dos desaparecidos)”, disse Marys Yic, filha de um sindicalista desaparecido.
Dados das organizações de direitos humanos, os desaparecidos somem cerca de 140, dos quais 30 no país e o restante na Argentina. Os números também revelam que 200 pessoas foram mortas dentro da prisão durante o regime militar.