Nove países expulsaram nesta terça-feira (29/05) embaixadores da Síria como forma de protesto contra o massacre da cidade de Houla, que deixou mais de 100 mortos na última sexta-feira (25/05). Holanda, Bélgica e Suíça classificaram os oficiais diplomáticos do regime de Bashar al Assad como persona non grata.
O presidente da França, François Hollande, expulsou a embaixadora da Síria no país e também convocou uma reunião do grupo de negociações “Amigos da Síria” para discutir o massacre de Houla.
Pouco depois, o governo alemão expulsou o embaixador sírio Radwan Lufti, também em protesto pelas mortes. No último mês de fevereiro, o país já havia expulsado quatro funcionários da embaixada síria suspeitos de terem espionado militantes da oposição no exílio.
A Espanha expulsou Hussam Edin Aala, representante sírio em Madri. Itália fez o mesmo, expulsando Hassan Jadour. Ghassan Gadanha também terá que deixar Londres. Outros países europeus devem repetir a medida nos próximos dias.
“Falamos nos últimos dias em aumentar a pressão sobre o regime de Bashar al Assad e levar a mensagem que a comunidade internacional está horrorizada pela violência e comportamento do regime e pelo assassinato de tanta gente inocente, inclusive o terrível massacre de Houla”, disse o chanceler britânico William Hague a emissoras de televisão.
A decisão francesa será notificada à embaixadora nas próximas horas, detalhou Hollande em entrevista coletiva após ter recebido no Palácio do Eliseu o presidente do Benin, Thomas Boni Yayi.
Hollande também anunciou que, no início de julho, acontecerá uma reunião do Grupo de Amigos da Síria, que é formada por parte da comunidade internacional que apóia a oposição ao regime de Bashar al Assad.
Agência Efe/Reprodução
Imagem extraída de um vídeo exibindo os corpos de várias pessoas mortas no massacre de Houla
O presidente francês se reuniu na segunda-feira, com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, para tratar do assunto. Os dois decidiram aumentar a pressão sobre Damasco.
“A loucura mortífera do regime de Damasco representa uma ameaça para a segurança regional e seus responsáveis deverão responder por seus atos”, indicaram os dois líderes, segundo uma nota publicada pela presidência francesa.
Hollande receberá no próximo sábado no Eliseu o presidente russo, Vladimir Putin, principal aliado de Assad na comunidade internacional.
Em entrevista ao jornal Le Monde, o ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius, declarou que a França tentará “endurecer as sanções” contra Damasco no Conselho de Segurança da ONU, onde até agora se chocaram com o veto russo.
Fuso horário
A Austrália foi o primeiro país a responder ao massacre, expulsando dois diplomatas sírios do país. “Esta é a forma mais efetiva que temos de enviar uma mensagem de condenação ao governo da Síria”, disse o ministro das Relações Exteriores da Austrália, Bob Carr, segundo a rádio local ABC.
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Um dos dois diplomatas expulsos, que dispõem de 72 horas para deixar a Austrália, é o chefe de negócios da embaixada da Síria no país, Jawdat Ali.
O chanceler australiano indicou que se trata de uma decisão tomada junto a outros governos, e afirmando esperar anúncios similares de outras nações “em breve”, o que acabou ocorrendo.
Carr disse que os australianos “estão horrorizados com um regime capaz de organizar a execução de homens, mulheres e crianças”.
Outro lado
Por sua vez, o governo sírio nega a autoria dos massacres, atribuindo o ato a grupo terroristas, e afirmou que abriu uma investigação. “Negamos de maneira absoluta a responsabilidade das forças governamentais no massacre de Houla”, afirmou em entrevista coletiva o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Maqdisi, na segunda-feira. Ele também criticou a “facilidade” com a qual diversos países e organizações acusaram Damasco.