Desde que Barack Obama assumiu a Presidência dos EUA, aumentou o volume de ataques secretos de hackers do governo contra a infra-estrutura do programa nuclear do Irã. De acordo com a edição desta sexta-feira (01/06) do jornal The New York Times, a Casa Branca, em parceria com Israel, ataca bancos de dados virtuais iranianos há pelo menos quatro anos e já conseguiu desligar até mil centrífugas nucleares.
A inteligência norte-americana teria criado um vírus que se espalhou a partir das plantas nucleares da cidade de Natanz e que conseguiu se disseminar graças a lacunas do sistema operacional Windows. O primeiro uso do chamado Stuxnet supostamente ocorreu ainda durante a presidência de George Bush.
Já em 2006, um programa sigiloso conseguiu se infiltrar nos bancos de dados de Natanz e passou a enviar informações sobre o funcionamento da base nuclear para a Agência de Segurança dos EUA. Contudo, foi com o início do Governo Obama que o país conquistou o auxílio de Israel e passou a disseminar o software.
Segundo o New York Times, Obama teria inclusive se encontrado secretamente com Bush, para explicar ao ex-presidente as razões de intensificar o emprego deste recurso sobre o programa nuvlear iraniano. Além de eficientes para retardar os avanços do projeto de Mahmoud Ahmadinejad, o presidente também teria chamado a atenção de seu colega para a possibilidade de evitar um ataque imediato de Israel contra Teerã.
NULL
NULL
De acordo com fontes da inteligência norte-americana, os cientistas iranianos não tinham conhecimento da operação e não sabia ao certo a razão pela qual diversas de suas centrífugas em Natanz estavam operando com velocidades irregulares. O governo teria se limitado a colocar alguns equipamentos sob quarentena e demitir técnicos que julgava responsáveis pelos defeitos.
Em 2010, devido a um erro de programação, o Stuxnet, uma variedade de cavalo de tróia, infectou o notebook de um cientista iraniano, que acabou disseminando-o involuntariamente pela internet. De acordo com a reportagem, o vírus conseguiu alcançar computadores localizados em países como índia e Indonésia.
O New York Times procurou autoridades do governo dos EUA para comentar as descobertas, mas nenhum reconheceu a existência de programas de desenvolvimento de armas de ataque virtual. O jornal conversou com fontes oficiais e apurou essas informações por mais de 18 meses.