O Ministério da Justiça do Egito restaurou o poder de prisão da polícia militar e da agência de inteligência nesta quinta-feira (14/06). A decisão faz parte de uma série de medidas do governo de transição que retoma elementos centrais do regime de Hosni Mubarak às vésperas das eleições presidenciais.
O decreto afirma que as agências podem prender suspeitos de crimes como destruição da propriedade, obstrução de tráfico, desacato a ordem e ações subversivas. Os delitos listados se aplicam a manifestantes.
As agências, que eram órgãos de repressão da ditadura, foram destituídas de poder após a queda do regime.
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O ministério estabeleceu que a decisão permanecerá em vigor até a redação de uma nova Constituição. Com a dissolução do Parlamento recém eleito, a tarefa ficará nas mãos dos militares que assumiram o poder legislativo nesta quinta (14/06).
A medida ganhou novas conotações após o golpe militar uma vez que restringe o espaço para manifestações. A restauração de poderes ditatoriais poderá ter como resultado a intensificação dos protestos e da luta pela democracia.
Apesar de terem exercido papel importante no regime de Hosni Mubarak, o setor militar ficou responsável pela transição democrática.