A UNSMIS (Missão de Supervisão das Nações Unidas para a Síria) decidiu suspender neste sábado (16/06) suas atividades no país árabe, alegando que uma “intensificação da violência armada na Síria durante os últimos dez dias limita a “capacidade de observar, verificar e informar, assim como de apoiar o diálogo local e os projetos de estabilidade”.
De acordo com o chefe da operação, o general norueguês Robert Mood, “a falta de vontade das partes de buscar uma transição pacífica e seu direcionamento a ações militares está aumentando as baixas nos dois lados. Civis inocentes, homens, mulheres e crianças estão sendo assassinados diariamente”. Tropas relatam chuvas de projéteis atingindo grupos de até mil famílias em redutos oposicionistas.
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Agência Efe
Para os mais de 300 soldados da ONU na Síria, a atual situação implicaria “riscos significativos para os observadores”. Por isso, esses oficiais “não continuarão patrulhando e permanecerão em suas posições até nova ordem”. Essa paralisação das atividades inclui também um corte das comunicações das Nações Unidas com ambas as partes em conflito. A ordem será revisada diariamente, mas as operações só serão retomadas “quando percebermos que a situação é adequada para prosseguir as atividades do mandato”, esclareceu Mood.
Os observadores, que não são armados, foram alvo diário da violência dos combates na Síria desde que desembarcaram no país para monitorar o cessar-fogo imposto pelas Nações Unidas tanto a oposicionistas quanto às forças do regime do presidente Bashar al Assad. Susan Rice, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, chegou a compará-los como “patos de uma barraca de tiro ao alvo”.
Em entrevista à agência de notícias AFP, Mood acrescentou que há escassez de “comida e equipamentos médicos no país”. Observadores pedem uma “advertência urgente” por parte do secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para que “todos aqueles com algum senso de humanidade intervenham imediatamente para interromper os contínuos bombardeios”. Os oficiais estão requerindo a “evacuação e proteção das dezenas de feridos”.
O militar norueguês reiterou que o objetivo da missão é o “retorno às operações normais” e enfatizou que a UNSMIS “está comprometida com o povo da Síria”. Enquanto isso membros do Conselho de Segurança da ONU vivem intensos desentendimentos acerca das estratégias mais eficientes para conter os massacres. A Rússia, tradicional aliada de Al Assad, reivindica “um cessar-fogo mútuo, tanto do regime quanto da oposição”.
O Departamento de Estado dos EUA revelou que o president Barack Obama discutirá alternativas de pacificação com seu colega russo, Vladimir Putin, durante a próxima cúpula do G20, que ocorrerá na semana que vem. Para a porta-voz da diplomacia norte-americana, Victoria Nuland, “é óbvio que desacordos persistem no que diz respeito à Síria, mas essa será uma boa oportunidade para os presidentes se encontrarem e tentarem resolvê-los”. Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores da França, propôs que as principais potências ocidentais organizem uma conferência sobre o assunto em Genebra, no dia 30 de junho.