A Rússia está exportando armamento de defesa para a Síria contra uma possível intervenção militar, disse em entrevista ao jornal The New York Times Anatoly Isaykin, comerciante russo de armas.
“Eu gostaria de dizer que estes mecanismos são bons e confiáveis meios de defesa contra ataques pelo mar ou ar. Isto não é uma ameaça, mas aqueles que estão planejando um ataque devem saber disso”, alertou o diretor da indústria bélica Rosoboronexport.
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Segundo Ruslan Aliyev, pesquisador do Centro de Análise de Estratégia e Tecnologia em Moscou, os mísseis comercializadas pela Rússia não possuem tanto poder militar. Para ele, o pronunciamento de Isaykin possui apenas objetivos políticos. “Até onde entendo, a Síria não tem capacidade de se defender da OTAN”, disse o analista para o New York Times, “Os armamentos russos provavelmente não irão ajudar de forma significativa”, continuou.
Isaykin tentou dissuadir os países favoráveis a uma intervenção militar contra o regime de Bashar Al Assad, mantendo a posição de Rússia e China, que são contra qualquer tipo de intervenção.
As afirmações do comerciante russo aumentam as tensões entre Rússia e Estados Unidos que trocaram acusações nesta semana. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, pediu para o governo russo interromper a venda de armas as tropas de Assad. Em resposta, a Rússia acusou os EUA de hipocrisia por comercializarem armamentos ao Bahrein, tomado por protestos contra o governo, e aos rebeldes sírios.
Os EUA já receberam diversas acusações de armar a oposição síria. Segundo reportagem de maio do jornal Washington Post, o governo norte-americano enviou armamentos pesados e modernos para os rebeldes na Síria. Em comunicado oficial desta quinta-feira (14/06), os EUA reconheceram que estão fornecendo equipamentos não letais aos opositores de Assad.