Efe
Não é a primeira vez que o presidente paraguaio, Fernando Lugo do partido Aliança Patriótica para a Mudança , enfrenta ameaças de impeachment durante o seu mandato. No final de 2009, surgiram rumores de que o legislativo tentaria tirá-lo do poder por meio de instrumentos legais para colocar em seu lugar o vice-presidente Federico Franco, do PLRA (artido Liberal Radical Autentico).
Naquele ano, já se esboçava a hipótese entre políticos do Partido Colorado e do PLRA, supostamente aliado ao governo, de destituir Lugo em moldes similares ao que acontece nesta quinta-feira (21/06). Os próprios parlamentares impetrariam processo contra o presidente que seria destituído, então, por meios constitucionais.
Em entrevista à rádio Nacional, de Buenos Aires, em dezembro de 2009, o senador liberal Alfredo Luís Jaeggli confirmou o plano de grupos políticos de depor o presidente paraguaio. “Olhe, eu não posso comprometer os votos de um coletivo, mas está se falando realmente de um possível julgamento político”, disse ele, “Nós temos que democratizar, tornar esse país atraente para investidores externos”, justificou.
Jaeggli chegou a comparar a situação paraguaia com a que ocorreu em Honduras naquele ano, sustentando que a destituição de Zelaya não foi um golpe, mas um processo legal. “O presidente hondurenho assumiu a presidência com um modelo liberal e logo o traiu indo para o caminho do socialismo do século XXI. Desculpem-me, mas, para mim, o que ocorreu em Honduras foi totalmente legal”, continuou, “Aqui o julgamento político é constitucional, está totalmente regulamentado e é decidido pelos votos”.
Em sua entrevista, fica claro uma divisão no Partido Liberal que também podemos observar na votação desta quinta-feira (21/09).
(Foto: Presidente Fernando Lugo na direita e vice-presidente Federico Franca na esquerda em celebração dos 77 anos da Guerra do Chaco)
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