Atualizado em 16:20
O presidente deposto do Paraguai Fernando Lugo afirmou em entrevista coletiva em frente a sua casa nesta tarde de domingo (24/06), em Assunção, que pretende participar da próxima Cúpula do Mercosul, em Mendoza, Argentina, dia 27 de junho, quarta-feira.
Lugo disse também que o Paraguai, com o golpe institucional que o retirou do poder num processo de impeachment que durou apenas 30 horas, tem hoje um governo ilegítimo. Segundo ele, o Paraguai, que atualmente ocupa a presidência pró-tempore da Unasul, é corresponsável pelo processo de integração da região.
Lugo sugeriu ainda que, diante da atual conjuntura, o Peru assuma o presidência da Unasul nas próximas semanas.
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Quanto às possíveis sanções econômicas que possam ser tomadas por países vizinhos, Lugo afirmou que não pode “dizer o que outros países têm que fazer”, mas enfatizou que “o processo de integração entre os governos da região é de co-responsabilidade entre o Paraguai e países vizinhos”.
Questionado sobre uma possível colaboração com Franco nas gestões diplomáticas com os países da região, Lugo afirmou que “não se pode cooperar com um governo ilegítimo”. O presidente deposto, no processo que classifica como um “golpe parlamentar”, voltou a convocar a população a que se manifeste pacificamente com o intuito de “reestabelecer a ordem democrática”.
As declarações de Lugo foram feitas no mesmo dia em que o Embaixador do Brasil em Assunção deixou o país para uma reunião em Brasília. O governo brasileiro declara que Eduardo dos Santos foi chamado para consultas e que considera o golpe um “rito sumário”.
A Venezuela anunciou neste domingo (24/06) que vai cortar o envio de petróleo ao Paraguai e retirar seu embaixador do país em decorrência da destituição “ilegal” de Fernando Lugo. Cristina Kirchner, presidente da Argentina, também ordenou a retirada de seu representante em Assunção.
O novo presidente paraguaio, Federico Franco, afirmou que não participará do encontro dos líderes do bloco neste domingo (24/06). O Paraguai será representado na reunião por José Felix Fernández Estigarribia, novo chaceler do país.