O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou a oposição conservadora do país de tramar um golpe de Estado se aproveitando da greve de policiais que a capital do país desde a última sexta-feira (22/06). O governo e as lideranças grevistas, que pedem aumento salarial e melhores condições de trabalho, avançaram nas negociações durante as últimas horas.
Mesmo assim, Morales não deixou de denunciar o que considera uma tentativa da direita de manipular o moviemento. “Certamente essas pessoas privatizaram (empresas estatais no passado) usam alguns irmãos policiais para preparar um golpe de Estado, para matar o ministro do governo e enfrentar as forças armadas com coquetéis molotov”, disse Morales em uma cerimônia com mineiros La Paz.
Segundo o governante, conversas interceptadas pela polícia revelaram o suposto plano de alguns dos agentes amotinados. “Quero dizer que captamos a sua mensagem, nós no governo não somos bobos”, disse Morales, acrescentando que dados semelhantes também foram policiais leais a ele. As informações são do jornal La Razón.
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Os policiais em greve rejeitaram, em oito das nove regiões da Bolívia, um acordo assinado hoje em La Paz pelo governo e sindicatos da categoria, mas seguem em negociações. Eles pedem equiparação com os subsídios das Forças Armadas.
Na última sexta, centenas de policiais saquearam e destruíram a sede da Inteligência da Bolívia, perto do palácio do governo de La Paz. Dezenas de agentes armados e encapuzados estavam no teto, enquanto outros queimaram documentos na rua, quebraram computadores e destruíram o edifício, informou a mídia local.
Os agentes marcharam diante do Palácio Quemado, onde fica o escritório do presidente Evo Morales, e depois atacaram os escritórios da Inteligência da Polícia Nacional.
Os protestos dos policiais de baixa patente tiveram início há duas semanas, mas apenas se radicalizaram durante os últimos dias.