Atualizada às 18h43
O chanceler do Uruguai, Luis Almagro, afirmou nesta segunda-feira (02/07) que seu país não apoiou inteiramente a entrada da Venezuela no Mercosul no último dia 29. O diplomata que estava presente na reunião da Cúpula decidiu se abster da votação para não causar mais tumulto na sessão que discutia a situação no Paraguai.
“No quadro de negociação que tínhamos na quinta-feira, nós fomos contrários ao ingresso da Venezuela no Mercosul, nestas circunstâncias”, afirmou Almagro no programa televisivo El Perspectiva.
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O Uruguai que, em diversas ocasiões, se pronunciou a favor da entrada da Venezuela no grupo, afirma discordar da forma como o processo foi conduzido na sessão de sexta-feira (29/07). Segundo o chanceler, seu país sustenta “objeções contra a legalidade do processo”.
“Nada é definitivo”, e “se todo mundo tivesse tido certeza, a Venezuela teria entrado na sexta-feira em Mendoza. Por alguma razão os países definiram o prazo até 31 de julho”, afirmou o ministro.
Após lembrar que o governo de José Mujica sempre esteve a favor de incorporar a Venezuela por sua “visão estratégica” de somar mais países ao bloco, Almagro disse, no entanto, que o Uruguai tem que “atuar de acordo com o mais pleno respeito ao Tratado de Assunção”, que representou a fundação do Mercosul, em 1991.
Histórico
A Venezuela pleiteia a entrada no Mercosul como membro pleno desde 2006. Apesar de ter cumprido todos os requisitos necessários, o país ainda não havia conseguido permissão para integrar o grupo uma vez que seu ingresso não foi aprovado pelo Senado paraguaio.
Com a suspensão do Paraguai do Mercosul, a Venezuela passou a compor o bloco. Os legislativos do Brasil, Uruguai e Argentina já haviam aprovado a participação do país no Mercosul e aguardavam apenas uma mudança na posição paraguaia.
A Venezuela passará a ser membro pleno do Mercosul a partir da próxima reunião do bloco em 31 de julho deste ano, no Rio de Janeiro. “É um dia histórico que deve ser comemorado e que terá repercussão geopolítica em primeiro lugar”, declarou o presidente venezuelano, Hugo Chávez, neste sábado (30/07) a rede televisiva Telesur em referência a decisão do Mercosul.