Roberto Almeida/Opera Mundi
Manifestantes em frente a sede da agência de inteligência inglesa, Scotland Yard, nesta quinta-feira
A justiça britânica absolveu nesta quinta-feira (19/07) o policial Simon Harwood, acusado de ter agredido e causado a morte de Ian Tomlinson durante protestos no encontro do G20 em Londres, em 2009. A decisão provocou protestos na frente da sede da New Scotland Yard, oeste da capital britânica.
Para manifestantes ouvidos pelo Opera Mundi, o caso simboliza a desmoralização da polícia e da justiça britânica. A principal prova contra o policial é um vídeo que mostra o momento exato em que Tomlinson, um jornaleiro britânico de 47 anos, foi atingido por Harwood.
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Tomlinson não participava dos protestos contra a reunião de cúpula do G20. Ele apenas passava pelo local. Antes de cair no chão, andava para longe do cerco da polícia com as mãos no bolso (ver vídeo abaixo).
Atingido pelo cassetete, ele caiu no chão e foi mordido pelos cachorros. A causa da morte, que ocorreu logo em seguida ao fim do vídeo, demorou para ser esclarecida. Uma autópsia encomendada pela polícia apontou ataque cardíaco, mas três trabalhos posteriores mostraram que Tomlinson morreu de hemorragia interna.
Segundo o jornal britânico The Guardian, que divulgou o vídeo em seu site, a polícia tentou desviar a investigação o máximo que pode. Ela não deu detalhes dos ferimentos à família do jornaleiro e, depois que o vídeo foi divulgado, disse ser impossível identificar o policial por causa da balaclava.
O diário relata também que o IPCC (Independent Police Claims Comission), a corregedoria de polícia britânica, visitou a redação do jornal acompanhada de um policial pedindo a remoção do vídeo do site por “causar danos à família”.
Ontem, os manifestantes em frente à Scotland Yard gritavam em coro “sem justiça não há paz” e “a polícia matou Ian Tomlinson”. Simon Harwood, que faz parte do esquadrão de elite da polícia, foi absolvido por decisão do júri.