Momentos após Rússia e China vetarem pela terceira vez no Conselho de Segurança da ONU uma proposta de sanção sobre o regime sírio de Bashar al Assad, no dia 19 de julho, congressistas norte-americanos aprovaram quase que por unanimidade a proposta de revogação de um contrato bilionário com a empresa estatal de armamentos RosoboronExport. Em reação ao fato, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Grigory Karasin, classificou a proposta como “vingança”.
O argumento de parlamentares republicanos e democratas é o de que é “inaceitável” qualquer vínculo de instituições norte-americanas com a estatal russa de artigos bélicos, uma vez que ela estaria “armando o opressivo regime sírio”. A RosoboronExport possui atualmente dois contratos no valor de 1,1 bilhão de reais (546 milhões de dólares) com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
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O modelo Mi-17 seria adquirido pelo Departamento de Defesa e encaminhado para o Afeganistão.
No último dia 26 de maio, o Departamento de Defesa acertou a compra de 33 helicópteros da linha Mi, peças de manutenção para esse modelo e planos de assistência técnica. O investimento de pouco mais de 763 milhões de reais (375 milhões de dólares) tinha como objetivo equipar as forças de segurança no Afeganistão. A conclusão da prestação de serviços estava prevista para março de 2016.
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Um dia antes do veto dos russos no Conselho de Segurança da ONU, o Pentágono divulgou o acerto dos termos para a aquisição de outras dez aeronaves da RosoboronExport, elevando em 348 milhões de reais (171 milhões de dólares) a compra do Exército norte-americano.
A proposta foi apresentada por Jim Moran, deputado democrata do estado da Virginia, durante os debates para a aprovação do Orçamento do Departamento de Defesa para o ano fiscal de 2013. O placar final foi de 407 votos a favor e apenas 5 contra. Entre os deputados que votaram contra a proposta está o republicano Ron Paul, pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos derrotado por Mitt Romney.
Em carta dirigida a Leon Panetta, secretário de Defesa dos Estados Unidos, um grupo de dez parlamentares acusou a Rússia de ser a maior fornecedora de armas para as forças do regime de Assad e afirmou que o país vendeu a Damasco um bilhão de dólares em armas que hoje “assassinam homens, mulheres e crianças inocentes”.
Questionado sobre a decisão do Congresso norte-americano durante uma coletiva de imprensa, o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Grigory Karasin, afirmou que a medida não passa de um “desejo de vingança” e de uma tentativa de atribuir a Moscou “a responsabilidade pelo aumento da violência”. O diplomata também lamentou que congressistas norte-americanos “ainda estejam escravizados à ideia de Guerra Fria” e reiterou que seu país “não fornece armas para a Síria”.
RosoboronExport no Brasil
No último mês de dezembro, o Brasil comprou 12 helicópteros de combate da mesma linha adquirida pelo Departamento de Defesa norte-americano. Conforme publicado no Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, o Ministério da Defesa empenhou mais de 94 milhões de reais (60 milhões de dólares) e empregará as aeronaves no programa de reaparelhamento e adequação da Força Aérea brasileira.