Na contramão de alguns Estados norte-americanos como Arizona e Alabama, que criam leis para restringir a presença de imigrantes, a cidade de Baltimore, em Maryland, costa leste dos EUA, iniciou uma campanha para atrair trabalhadores estrangeiros com o objetivo de frear o forte processo de decréscimo populacional que ocorre na cidade desde os anos 1950.
De acordo com o jornal The Washington Post, a prefeita da cidade, a democrata Stephanie Rawlings-Blake, afirmou que espera um aumento populacional de dez mil famílias para os próximos dez anos, e cujo alvo principal é a comunidade latina.
Como primeiro passo, a prefeita conseguiu aprovar uma lei em março proibindo as autoridades policiais e as agências de segurança que façam qualquer pergunta a um imigrante sobre sua situação legal – em total oposição à lei anti-imigração de Alambama e Arizona. Ela também pediu expressamente às autoridades federais de imigração que, caso venham a realizar alguma prisão dentro dos limites da cidade, esclareçam que não são funcionários municipais.
Com essas medidas, Baltimore passou a fazer parte de um grupo crescente de cidades nos Estados Unidos que passaram a desenvolver políticas para incentivar a chegada de imigrantes – em geral, a sedes que já foram grandes polos industriais no passado e hoje se encontram em decadência. Entre elas, Dayton, em Ohio, importante centro da indústria aeroespacial; e Detroit, coração da indústria automobilística.
A iniciativa Global Detroit, promovida pela prefeitura, inclui programas de ajuda a imigrantes que busquem começar pequenos negócios, obter carta de motoristas e aprender inglês.
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Também conhecida como “Motor City”, a cidade já chegou a abrigar 1,8 milhão de habitantes até a década de 1950, tornando-se a quinta maior dos EUA. No entanto, boa parte desse contingente migrou para as cidades vizinhas ou os subúrbios, incluindo boa parte da população negra e operária. Atualmente conta com apenas 713 mil residentes. Trata-se da menor população desde 1919, quatro anos depois de Henry Ford ter iniciado o boom automobilístico na regiçao ao oferecer um salário de cinco dólares por dia aos seus operários.
Dayton chegou a ter 262 mil habitantes em 1960, mas hoje conta com quase a metade: 141 mil. Em 2011, adotou o programa “Plano de Boas-vindas a Dayton”, que, entre outras medidas, promove um torneio oficial de futebol entre as diferentes comunidades de imigrantes.
Cidades como Chicago, Pittsburgh, Cleveland e Cincinnati também experimentam a menor taxa de população nos últimos cem anos. Esse fenômeno pode acarretar, entre outros problemas, perda de poder político e financiamento estatal.