O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, solicitou nesta quarta-feira (22/08) mais dois anos de prazo para a implementação total das medidas de austeridade exigidas pela Troika (grupo formado por Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) em troca de aportes financeiros.
As declarações vem no mesmo dia da reunião entre o governo de Atenas e o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, onde Samaras deve formalizar o pedido de extensão do prazo. Nesta semana, o premiê grego também irá se encontrar com François Hollande, o presidente da França, e Angela Merkel, a chanceler da Alemanha, maior credor do país. “Tudo o que queremos é um pouco de ar para respirar”, explicou o primeiro-ministro em uma entrevista a revista alemã Bild divulgada nesta quarta-feira (22/08).
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Samaras esclareceu que sua administração não está pedindo um pacote adicional de empréstimos aos seus credores, mas apenas uma extensão do prazo para executar todas as ações previstas no plano delineado pela Troika. “Vamos honrar os nossos compromissos e cumprir todos os requisitos”, acrescentou ele a fim de afastar especulações.
A indicação de que esse pedido será feito foi dada na quarta-feira da semana passada pelo assessor econômico do primeiro-ministro, Iannis Murmuras. Segundo Murmuras, a ideia é prolongar até 2016 o período para a execução de todas as ações propostas no plano de austeridade, como corte de gastos e aumento de caixa. E também permitir um ajuste mais lento do déficit orçamental grego, de 1,5% ao ano, em vez dos 2,5% previstos para agora.
Atenas tem a difícil tarefa de cortar 11,5 mil milhões de euros (o equivalente a cerca de 5% do PIB grego) na despesa pública em 2013 e 2014, conforme a exigência da Troika. Para isso, o governo impõe duras medidas para a população, como o corte de cargos públicos, privatizações, diminuição de salários e o aumento de impostos.
“Estamos fazendo progressos. Reduzimos o número de funcionários e decidimos contratar apenas uma pessoa para cada dez funcionários aposentados”, disse Samaras à revista alemã. “Logo teremos um setor publico menor, mais saudável e eficiente”, completou. Segundo informações do jornal espanhol Publico.es, pelo menos 40 mil funcionários públicos serão demitidos nos próximos cortes no país.
A Grécia é o país com o segundo pior nível de emprego entre as nações da União Europeia, atrás apenas da Espanha (24,4%). Mais da metade (52,7%) da população jovem de 15 a 25 anos está sem trabalho.