Agência Efe
Milhares de pessoas se reuniram no local do massacre para rezar pelos mortos e feridos (23/08)
Duas semanas depois que a polícia sul-africana abriu fogo contra 3 mil mineiros em greve, matando 34 e ferindo 78 trabalhadores em um dos piores episódios de violência desde o fim do apartheid, os promotores do país acusaram os próprios grevistas pelo assassinato de seus colegas, em vez das forças policiais.
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A jogada foi realizada pelo Ministério Público do país nesta quinta-feira (30/08), em uma sessão judicial contra os 270 manifestantes presos durante o protesto. Agora, os detidos terão que responder por homicídio e tentativa de homicídio, como cúmplices do crime.
As denúncias, que podem ter sido uma maneira encontrada pela promotoria de manter os 270 grevistas na prisão, provocaram a ira de sindicatos e movimentos sociais do país. “Isso é intimidação pura”, disse Patrick Cravez, porta-voz de federação sindical sul-africana.
“Os advogados têm de ser muito estúpidos se acham que essas denúncias podem ser aceitas. A noção de que estes mineiros são responsáveis pelas mortes de seus companheiros é um absurdo”, acrescentou Cravez, segundo o jornal norte-americano New York Times.
“As acusações são ilegítimas”, afirmou Pierre de Voz, professor de direito da Universidade da Cidade do Cabo para o New York Times. “Nenhuma corte na África do Sul vai determinar que os mineiros são culpados pela doutrina do propósito comum”.
Agência Efe
Esposas e mães dos mineiros mortos ou desaparecidos protestam com dança de luta anti-apartheid (17/08)
No dia 16 de agosto, milhares de trabalhadores da Mina de Lonim, no Noroeste da África do Sul, reivindicavam um aumento de 12% dos salários e melhoria nas condições de trabalho quando foram atingidos por tiros de um batalhão de policiais. Em decorrência da repressão, os mineiros continuaram com a greve e outros protestos foram organizados.