Atualizada às 20h11
O grupo terrorista Al Qaeda divulgou um comunicado neste sábado (15/09) para incentivar os muçulmanos a continuarem com os protestos até conseguirem o fechamento das embaixadas norte-americanas. Em referência ao filme “A Inocência dos Muçulmanos”, que foi o estopim das diversas manifestações nos últimos dias, o texto pede que os “irmãos muçulmanos no Ocidente realizem seus deveres para apoiar o profeta” Maomé.
Agência Efe
Mais de 12 países registraram manifestações em embaixadas norte-americanas contra um vídeo religioso
“O que aconteceu é algo muito grande. Por isso, devemos unir os diferentes esforços com um só objetivo que é a expulsão das embaixadas norte-americanas dos países muçulmanos e que continuem as manifestações e protestos”, diz a nota, cuja autenticidade não pôde ser verificada.
De acordo com a nota, assinada pelo braço do grupo na Península Arábica, o fechamento das embaixadas e consulados norte-americanos será um passo fundamental “para a libertação dos países muçulmanos da hegemonia e da soberba norte-americana”.
Algumas horas depois, na tarde deste sábado, os Estados Unidos optaram pelo retorno de parte de seus funcionários na Tunísia e no Sudão. “Dada a situação de segurança em Túnis e Cartum, o Departamento de Estado ordenou a saída de todos os funcionários de não emergência, assim como de seus familiares, e emitiu advertências paralelas de viagem para os cidadãos americanos”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, em comunicado.
No caso específico do Sudão, o governo norte-americano havia pedido autorirzação para enviar oficiais que cuidassem da segurança de sua embaixada, o que não foi permitido pelos africanos. “Apesar do governo do Sudão ter tomado algumas medidas para limitar as atividades dos terroristas, partes destes grupos continuam ameaçando atacar os interesses ocidentais. O nível de ameaça existe em todo Sudão e, em particular, na região de Darfur, que continua sendo crítica”, acrescentou Victoria.
Outra notícia deste sábado foi a de que integrantes do filme “A Inocência dos Muçulmanos” sofreram ameaças de morte. Steve Klein que atuou como assistente de roteiro, por exemplo, admitiu que foi ameaçado e repassou o caso para o FBI.
Agência Efe
Imagem da Embaixada dos Estados Unidos na Líbia após os protestos que deixaram quatro mortos, no dia 11 setembro
O documento da Al Qaeda desta manhã também traz comentários sobre as mortes de J. Cristopher Stevens, embaixador dos Estados Unidos na Líbia, e de outros três funcionários da mesma representação diplomática, classificadas “como o melhor exemplo” do que deve ser feito durante os protestos.
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Em relação ao vídeo sobre o profeta, considerado blasfemo pelos muçulmanos e que desencadeou ataques e protestos contra sedes diplomáticas dos EUA em vários países, o grupo terrorista assinalou que “se dá no marco de uma cadeia seguida de guerras cruzadas contra o Islã”.
“Em resposta a estas contínuas agressões, os povos muçulmanos se sublevaram em seu apoio e zelo pela dignidade e honra de nosso profeta”, acrescenta a nota, que ressalta que “esta ofensa transformou a malícia do inimigo em vergonha e infortúnio como castigo”.
Na noite desta sexta-feira (14/09), ao receber os corpos dos norte-americanos mortos na Líbia, o presidente Barack Obama afirmou que “a justiça chegará para aqueles que causarem danos aos norte-americanos”.
O presidente democrata, que enfrentará o republicano Mitt Romney nas eleições de 6 de novembro, também garantiu que as manifestações não prejudicarão o relacionamento dos Estados Unidos com os países da região.
Histórico dos protestos
Desde a divulgação do filme, no início desta semana, protestos foram realizados em mais de 12 países, entre os quais estão Egito, Iraque, Afeganistão, entre outros. De acordo com a agência Efe, ao menos uma pessoa morreu e outras 400 ficaram feridas em Cairo.
Agência Efe
O Iêmen foi um dos diversos países em que ocorreram protestos em Embaixadas dos Estados Unidos nos últimos dias
Na madrugada deste sábado, mais de 500 pessoas também saíram às ruas na Austrália. A polícia local dispersou o movimento com gás lacrimogêneo.
(*) com agências de notícias internacionais