Agência AVN/Reprodução
O ministro de Interior da Venezuela, Tareck el Aissami, explicou a operação de 45 dias que culminou com a prisão de Loco Barrero
Autoridades venezuelanas capturaram nesta terça-feira (18/09) o narcotraficante colombiano Daniel Barrera, conhecido como “Loco Barrera” e um dos mais procurados no mundo. A informação foi confirmada pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em rede nacional de rádio e TV.
Santos afirmou que a operação foi dirigida desde Washington e contou com ajuda da inteligência britânica (M 16), norte-americana (CIA) e com a ONA (Oficina Nacional Antidroga da Venezuela). Loco Barreto foi tranferido para Caracas nesta quarta-feira (19/09) para ser interrogado.
“Foi capturado em San Cristóbal (Estado Táchira, Venezuela). Tem sido o 'capo' mais procurado dos últimos tempos, com 20 anos dedicados a todo tipo de crimes e alianças perversas com paramilitares e com as FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia]”, disse o presidente colombiano na televisão.
Nesta manhã, o ministro de Interior e Justiça da Venezuela, Tareck el Aissami, enfatizou a importância da cooperação entre seu país e a Colômbia para a captura do narcotraficante, durante os 45 dias da operação.
Aissami explicou que no momento em que as autoridades venezuelanas souberam da presença de Loco Barrero em seu território, por meio de informações da inteligência colombiana, designaram 14 equipes em três estados e na capital para o trabalho de localizá-lo.
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“Iniciamos escutas em 69 telefones públicos, porque era a via por onde ele se comunicava com a Colômbia para dirigir suas operações. Logo iniciamos um trabalho de inteligência, porque este senhor em muitas ocasiões não realizava as chamadas, mas as fazia através de terceiros”, explicou o ministro.
Aissami também acrescentou que Loco Barrera já havia feito várias cirurgias plásticas para despistar os organismos de inteligência e que, no momento de sua captura, tinha um passaporte falso com o nome de Lucumí José Tomás. “Com essa captura fechamos um capítulo histórico na Venezuela. O último grande ‘capo’ foi detido, foi um golpe histórico que dá a pátria contra a máfia”, disse.
O ministro aproveitou a oportunidade para fazer críticas ao governo norte-americano e ao ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010). “A Venezuela é um país de referência, por isso, quando os Estados Unidos publicam informes qualificando a Venezuela como uma nação que não colabora, respondemos com base em resultados incontestáveis que temos conseguido.”
Durante o governo de Uribe, os dois países romperam as relações bilaterais, retomadas apenas quando Santos chegou ao poder, em 2010. O principal motivo para o rompimento eram as seguidas acusações do mandatário colombiano de que Hugo Chávez era conivente com narcotraficantes que estavam em seu país.
Aissami também exaltou como “correta” a decisão do presidente Hugo Chávez de encerrar um convênio entre a Venezuela e a agência norte-americana DEA (Departamento Anti-Drogas, em tradução livre) em 2005. “Antes de 2005 não havia sido detido um só chefe de tráfico de drogas. Hoje, que tomamos esse caminho soberano, sem a ingerência do governo dos Estados Unidos, já capturamos 91 chefes de importantes organizações criminais”, afirmou. Além de Loco Barrero, já foram presos dessa maneira Maximiliano Bonilla Orozco, conhecido como Valenciano, Hermanos Buitrago, Pérez Henao, entre outros.