Agência Efe (07/10/12)
O governo filipino chegou a um acordo de paz preliminar com o maior grupo insurgente do país, anunciou neste domingo (07/10) o presidente Benigno Aquino III. A negociação pode colocar fim a um conflito de quatro décadas no sul do país, que já matou mais de 100 mil pessoas e prejudicou a economia local.
O plano estabelecido com o MILF (Frente Moro de Libertação Islâmica na sigla em inglês) aponta para a criação de uma região autônoma em áreas do sul até o fim do mandato de Aquino, em 2016. Questões como a divisão do poder e de recursos econômicos constam no documento, que institui os princípios gerais a partir dos quais a nova região, chamada atualmente de Mindanao, deve ser administrada.
(Presidente filipino anuncia acordo de paz em cadeia nacional)
O acordo deve ser assinado nos próximos dias em Manila, capital filipina, pelo presidente e o líder da organização, Al Haj Murad Ebrahim. “Este plano pavimenta o caminho para paz definitiva e duradoura em Mindanao” o presidente em pronunciamento em cadeia nacional. “Isso significa que as mãos daqueles que já seguraram armas serão utilizadas para cultivar a terra, vender produtos e abrir portas de oportunidades”, acrescentou.
Os rebeldes irão passar por um processo gradual de desmantelamento de suas unidades guerrilheiras e uma comissão de transição com 15 membros será instaurada para criar a nova administração, afirma o plano obtido pela Associated Press.
“Foi uma longa jornada e isso é um importante passo para a nossa busca pela paz”, disse a Associated Press Teresita Deles, conselheira presidencial no conflito. O acordo preliminar “mostra um caminho muito claro até a solução política”. A organização insurgente e o governo filipino estão travando negociações há 15 anos.
Apesar disso, ainda existem pontos a serem resolvidos no tratado e por esta razão, as reuniões entre as autoridades e o grupo devem continuar. “O trabalho não termina aqui”, ressaltou o presidente em pronunciamento neste domingo (07/10) em cadeia nacional. “Ainda existem detalhes que ambos os lados têm de resolver”.
Não é a primeira vez, no entanto, que o governo e o MILF travam negociações. Segundo a Agência Efe, em 2001, ambos assinaram um cessar-fogo que não conseguiu terminar com todos os confrontos.
O grupo foi constituído a partir de uma cisão do FMLN (Frente Moro de Libertação Nacional) em 1984, quando a organização aceitou negociar solução que não fosse a independência da região.
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