Agência Efe
Cameron se reunirá com seu par escocês na próxima segunda-feira para discutir referendo de independência
As autoridades britânicas e escocesas estão próximas de assinar um acordo sobre o referendo de independência da Escócia, depois de uma extensa negociação. A partir do diálogo, o parlamento de Edimburgo deve receber poder legal temporário para organizar a consulta popular sobre a sua separação do Reino Unido.
Os premiês do Reino Unido, David Cameron, e do país, Alex Salmond, anunciaram que irão se encontrar na próxima segunda-feira (15/10) para assinar o documento e resolver as últimas questões pendentes. “Esperamos ter alguma coisa concreta na próxima semana, mas o negócio ainda não está feito”, disse Salmond, acrescentando que já haviam “progredido substancialmente”.
Até agora, ambas as partes fizeram concessões: o Reino Unido aceitou que o referendo seja realizado em 2014, e não imediatamente, como desejava; e a Escócia, por sua vez, aceitou que a consulta popular seja autorizada pelas autoridades britânicas e possua uma única pergunta acerca da independência. Dessa forma, a ideia de questionar a população sobre o aumento do poder do parlamento autônomo não deve ser implementada.
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Os premiês ainda devem entrar em acordo, no entanto, sobre outros assuntos controversos: se a idade mínima do eleitor será de 16 anos, como quer Salmond, ou de 18 anos, como requer o Reino Unido; se será necessário um nível determinado de participação a favor da independência para aceitar ou não a decisão, entre outras questões.
Caso os escoceses optem pela independência, os pontos sobre a separação de poder entre o Reino Unido e a Escócia ainda terão que ser negociados.
Apesar do avanço do diálogo entre as autoridades britânicas e escocesas, o premiê britânico expressou sua insatisfação com o cenário. Ao anunciar o encontro de segunda-feira (15/10) com o Salmond ao Parlamento, Cameron afirmou: “Ainda que os nossos atletas fossem escoceses, galeses, ingleses e irlandeses foram envolvidos em uma única bandeira. Claro, há uma pessoa que não gostou disso e seu nome é Alex Salmond”, disse ele.
“Há muitas coisas que eu quero fazer essa coalizão, mas a coisa mais importante que você pode fazer é salvar o nosso Reino Unido”, acrescentou. Já o premiê escocês se disse “encorajado pela perspectiva política que está se abrindo”.
Na última pesquisa encomendada para prever o resultado do referendo, apenas 28% dos escoceses disse apoiar a independência. Por esta razão, Salmond e outros independentistas querem que a consulta popular seja realizada em 2014.